Centenário de Josué de Castro será lembrado em reunião do Consea em Recife

05/09/2008 - 6h47

Sabrina Craide*
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Os 100 anos denascimento do médico e sociólogo pernambucano Josuéde Castro serão lembrados hoje (5) na 6ª Plenáriado Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional(Consea), que será realizada em Recife. Patrono do conselho,Josué é considerado pioneiro e uma referênciainternacional em estudos sobre as causas da fome.O ministro doDesenvolvimento Social e Combate à Fome, Patrus Ananias, dizque a obra de Josué abriu o caminho para as políticasde segurança alimentar e nutricional e de apoio àagricultura familiar que estão sendo desenvolvidas hoje noBrasil.Para Ananias, Josuéde Castro foi o primeiro grande cientista social. “Ele colocou otema da fome e da desnutrição no campo da política, dizendo que a fome é uma manifestação biológicade problemas sociológicos”, avalia.O ministro lembra que, entre2003 e 2007, 19 milhões de pessoas saíram da linha depobreza. Segundo ele, nas 11 milhões de famíliasque recebem o benefício do Bolsa Família 92% dascrianças têm pelo menos três refeiçõesdiárias e mais de 80% dos adultos estão se alimentandomelhor. “Estou convencido de que vamos cumprir a meta númeroum dos objetivos do milênio, da Organização dasNações Unidas para 2015, que é erradicar a fomee reduzir a pobreza”, afirma.A conselheira SôniaLucena diz que o trabalho do Consea se identifica com os estudos deJosué de Castro, especialmente quando defende que a soluçãopara a fome deve passar por vários setores da sociedade. “Nãopodemos pensar que a causa da fome seja única e nem que asolução venha de um milagre ou de uma únicapessoa. A solução da fome depende de uma decisãopolítica, de uma grande participação social, e oConsea tem procurado fazer isso”.Segundo ela, a reuniãodo Consea em Recife será um reconhecimento àcontribuição que Josué de Castro deu ao Brasil eao mundo.Josué de Castrofoi presidente da Organização das NaçõesUnidas para Agricultura e Alimentação (FAO)  entre 1952e 1956. Também foi embaixador do Brasil na Organizaçãodas Nações Unidas e foi indicado duas vezes ao PrêmioNobel da Paz. Ele morreu em 1973, durante exílio na França.