Nielmar de Oliveira
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - Os petroleiros ligados aos sindicatos da FederaçãoÚnica dos Petroleiros (FUP) querem que o Estado tenha o“controle efetivo” sobre as reservas de petróleo e gásdo país e que utilize estas riquezas em benefício dapopulação, fortalecendo a Petrobras.
Essas foram as principais sugestõesapontadas pela categoria, em reunião realizada ontem (25), noRio de Janeiro, e que serão apresentadas ao governo comopropostas para o novo marco regulatório do setor petrolífero.
Para a FUP, as riquezas geradas pelopetróleo “devem ser utilizadas em políticas sociaisque resgatem as dívidas que o país tem com aspopulações pobres”.
Em nota, a FUP afirmou que ossindicatos por ela representados “exigem” a suspensãoimediata dos leilões de blocos petrolíferos e ameaçamorganizar uma greve nacional, caso seja anunciada mais uma rodada delicitação.
“Se for marcado novo leilãode áreas pela ANP, nós vamos à greve paradefender o nosso petróleo. O fato é que o Brasil, com opré-sal, virou um bilhete premiado e essa descoberta nos tornaum outro país, que nós ainda não conhecemos”,disse o coordenador-geral da FUP, João Antônio deMorais, em entrevista à Agência Brasil, referindo-seàs reservas descobertas na camada do pré-sal.
Ele afirmou ainda que os petroleirostentarão agendar um encontro com representantes da comissãointerministerial, criada no mês passado para estudar as regrasde exploração das reservas de petróleo da camadado pré-sal, na Bacia de Santos.
Também foi realizada ontem aprimeira reunião do Conselho Deliberativo da FUP, que afirmouser urgente aprovar legislação que substitua as regrasatuais, em vigor desde 1997, com a Lei 9.478. A lei flexibilizou omonopólio do petróleo no país. A FUP alega quea lei em vigor gera prejuízos ao país e que isso temsido objeto de denúncia da categoria.
O conselho aprovou também umcalendário de lutas para pressionar por sua participação,bem como de toda a sociedade, nas discussões do marcoregulatório do setor.
No próximo dia 3, porexemplo, a FUP inicia as atividades, em reuniões com aExecutiva Nacional da Central Única dos Trabalhadores (CUT) ecom a Coordenação dos Movimentos Sociais. As entidadesquerem elaborar uma agenda conjunta para as mobilizaçõesa serem realizadas.
No dia 5, quando a FUP lançaráa campanha salarial da categoria, haverá uma mobilizaçãopelo novo marco regulatório. “A FUP discutirá tambémcom a CUT e demais centrais sindicais a organização deum grande ato em Brasília, em defesa da soberania nacional edo controle estatal e social das reservas de petróleo e gás”.