Mylena Fiori
Enviada Especial
Pequim (China) - AChina é o segundo país do mundo em número de bilionários, atrás apenasdos Estados Unidos. São cerca de 240, contra 420 americanos. O time demilionários é de cerca de 20 milhões de pessoas, metade de todo omercado consumidor brasileiro. Há ainda cerca de 300 milhões dechineses – quase dois brasis – de classe média. Somadas, cerca de 400milhões de pessoas participam da vida econômica do país. Asvendas de multinacionais como Wal-Mart, McDonald's e Coca Cola crescemmais na China do que em qualquer outro lugar do mundo. No caso daWal-Mart, o crescimento no gigante asiático é de 53% contra 6% no restodo mundo. O mercado já descoberto por empresas do mundo ainda énegligenciado pela grande maioria de empresas brasileiras. Não é o casoda mineira Arezzo.Amarca brasileira de calçados já tem quatro lojas na China, abrirá maisseis nos próximos três meses e pretende chegar a 2015 com 177 pontosespalhados pelo país, todos em sistema de franquia. As negociações como parceiro chinês começaram em 2006. “Percebemos que o crescimentoacima de 10% ao ano na ultima década gerou uma classe econômicaemergente ávida por consumir produtos de mais qualidade, criando ocenário perfeito para a proposta de modelo que tínhamos a oferecer”, relata o diretor de Expansão & Franquias da Arezzo, Mario Goldberg. Eleconta que a iniciativa partiu de um grande grupo calçadista chinês,inicialmente interessado em fabricar os sapatos da marca brasileira. “Mostramosa eles que o nosso interesse era o de desenvolvimento de marca evarejo”, explica Goldberg. As negociações e a discussão do BusinessPlan duraram cerca de dois anos. Nãofoi simples. Segundo o executivo da Arezzo, as dificuldades foram dadistância geográfica (mais de 22 mil quilômetros) ao fuso horário, problemas deentendimento e comunicação devido à barreira do idioma. Semfalar nas diferenças na forma e modelo de gestão, restrições e processoburocrático de importação, etc. "Sem duvida nenhuma, trata-se do maiormercado consumidor potencial que apresenta um tremendo desafio em virtude dasdiferenças mercadológicas e culturais existentes”, ensina. Asprimeiras quatro lojas da Arezzo foram finalmente inauguradas em junhoe julho deste ano em Shanghai, Najin e Tianjin. Nas vitrines, sapatos dealta qualidade e preço duas vezes maior que no Brasil. “Vendemos para uma consumidora extremamente exigente, quedemanda qualidade”, justifica Mário Goldberg. A empresa já tem lojas em Portugal, Venezuela, Bolívia e Paraguai.