Sabrina Craide e Luciana Lima
Repórteres da Agência Brasil
Brasília - O grupo criado pelo governo para debater os rumos dapolítica nuclear para o Brasil está perto de chegar a um consenso sobrea destinação do lixo nuclear da Usina de Angra 3 e das próximas queserão construídas no Brasil.O Comitê de Desenvolvimento do Programa NuclearBrasileiro se reuniu hoje (18) com o presidente Luiz Inácio Lula daSilva e deverá apresentar uma proposta conclusiva em 60 dias. Nesseperíodo, a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, vaiestabelecer um calendário de reuniões para que a proposta sejaconcluída. A assessoria de imprensa da Presidência não se manifestou oficialmente, mas auxiliares do Palácio do Planalto confirmaram a informação. O ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, pediu maisdetalhes técnicos sobre a proposta de destinação dos rejeitos,apresentada pelo presidente da Eletronuclear, Othon Luiz Pinheiro daSilva, que garante a segurança do lixo nuclear por mais de 500 anos. Oministro chegou a dizer que só autorizaria a retomada da construção deAngra 3 se o governo encontrasse uma solução definitiva para o lixonuclear.A Eletronuclear garantiu que as exigênciasestabelecidas pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos RecursosNaturais Renováveis (Ibama) para a concessão da Licença de Instalaçãoda Usina de Angra 3 serão cumpridas dentro do prazo previsto.O programa estratégico do governo para a área degeração de energia prevê ainda a continuidade do processo deenriquecimento de urânio no país e a construção de submarinosnucleares, que poderão ser utilizados para a proteção das reservas depetróleo na camada pré-sal.A reunião contou com a presença dos ministros MiguelJorge (Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior), Nelson Jobim(Defesa), Dilma Roussef (Casa Civil), Guido Mantega (Fazenda), CarlosMinc (Meio Ambiente), Edison Lobão (Minas e Enegia), Sérgio Rezende(Ciência e Tecnologia), Reinold Stephanes (Agricultura), Jorge Felix(Gabinete de Segurança Institucional), Mangabeira Unger (Políticas aLongo Prazo), além de Samuel Pinheiro, secretário executivo doMinistério das Relações Exteriores.Também participou da reunião, o presidente da Empresa de Pesquisa Energética, Maurício Tolmasquim.