Karina Cardoso
Enviada Especial
Boa Vista - Os não-índioscasados com indígenas temem ter que desmembrar suas famílias,caso o Supremo Tribunal Federal (STF) decida pela constitucionalidadeda homologação contínua da Terra Indígena Raposa Serra do Sol, em Roraima. Ojulgamento está previsto para o dia 27.No distrito de Surumu,município de Pacaraima (215 km de Boa Vista), grande parte dapopulação indígena é casada comagricultores, como é o caso da macuxi Elielva dos Santos. Ela é mulher de um produtor rural de Tocantins há oito anos. “Sea gente está nessa luta, não é pelos produtoresde arroz, é por nossa família”, defendeu.O agricultor AdilsonGomes da Costa, casado há seis meses com uma indígena daetnia macuxi, teme ter que deixar a terra onde mora. “Achoisso tudo uma injustiça. Eles não têm o direitode separar a gente”, desabafou.O coordenador doprojetos da Raposa Serra do Sol do Conselho Indigeista de Roraima(CIR), Jacir José de Souza, afirma que casos como esses serãocuidadosamente avaliados. “Nós também defendemos aspessoas que fazem o papel de indígenas, que estãolutando, defendendo seus filhos”, assegurou. O CIR é a favor daretirada dos produtores de arroz da Raposa Serra do Sol.