Danilo Macedo
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Apesar da necessidadebrasileira de importar fertilizantes – cerca de 60% do que consome-, a produtividade da safra que se inicia não seráprejudicada. A afirmação foi feita pelo presidente daCâmara Temática de Insumos Agropecuários,Cristiano Simon, em reunião realizada hoje (18) no Ministérioda Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), com apresença do ministro Reinhold Stephanes."Acho quea forma como o agricultor tem racionalizado o uso do fertilizante,por meio da correção da acidez do solo, do uso decalcário, tudo isso melhora também a absorçãodos nutrientes nas plantas. No momento em que há uma escasseze um efeito de custo são necessárias idéias ecriatividade para diminuir esse impacto o máximo possível",afirmou Simon.O presidente da CâmaraTemática de Insumos Agropecuários observou tambémque houve melhoria no uso de sementes, de produtos fitossanitáriose de adubo orgânico, o que ajudará a equilibrar asituação. Segundo ele, os representantes da indústriadisseram que grande parte dos fertilizantes necessários paraesta safra já foram importados e há estoques nocampo.O diretor da Associação Nacional paraDifusão de Adubos (Anda), Eduardo Daher, disse que jáforam importados este ano cerca de 14 milhões de toneladas defertilizantes, volume 19% maior que no mesmo período do anopassado. Ele explicou, entretanto, que isso se deve àantecipação feita nas compras dos produtores, porreceio de nova alta nos preços. Ao final do ano, segundo ele,a quantidade adquirida deve ser 5% superior à do ano passado,"que é o que o país cresce".Daherressaltou, entretanto, que mesmo com a baixa do preço dopetróleo, os produtores brasileiros não devem esperarqueda no valor dos fertilizantes. "Faltam dois ingredientesbásicos: crédito e logística. Não temosportos, ferrovia, caminhão, não temos infra-estruturapara movimentar toda a safra."