Amanda Mota
Repórter da Agência Brasil
Manaus - As atividadesprevistas para a Operação Poraquê terminaram nesta quinta-feira(15) em Manaus. As ações conjuntas do Exército,da Marinha e da Aeronáutica começaram no últimodia 4 com a simulação de conflitos armados para testaro planejamento combinado e a integração operacional dastrês Forças. Na simulação,a Amazônia Brasileira esteve sob risco de "ataque militar"e o território brasileiro (batizado de País Verde), sobameaça de invasão de um país que queria ocupar ahidrelétrica de Balbina (AM) e áreas ricas em minériosna região. As ações das tropas brasileirastiveram como objetivo levar o país invasor (PaísAmarelo) a desistir dos seus planos de agressão. Alémdos grupos militares, as Forças Armadas atenderam àpopulação nas áreas próximas àsimulação, com assistência médica, emissãode certidões e carteiras de identidade.Apesar de ter sido umaguerra simulada, a Operação Poraquê permitiu amovimentação de homens e equipamentos, de acordo com osplanos militares. Segundo o comandante da operação,general Augusto Heleno Ribeiro Pereira, o exercíciopossibilitou ainda que os comandantes testassem a adequaçãodos planos e a adaptação dos oficiais àsmudanças como se estivessem numa operação real. A operaçãofoi coordenada pelo Ministério da Defesa e o planejamento dasatividades começou há oito meses. "Desde adefinição da área e do tipo de operação,que forças iriam ser empenhadas, volume de recursos e acapacidade de mobilização, quem iria se envolver naoperação. Tudo isso foi sendo acertado ao longo dotempo, em reuniões que aproximaram o pessoal da missão",destacou.Durante os dez dias deguerra simulada, 3,5 mil militares estiveram diretamente envolvidosnas atividades e contaram ainda com o apoio de outros 1,5 mil homensdo Exército, da Marinha e da Aeronáutica, em açõesindiretas. Durante o exercício, foram usados equipamentosadaptados às condições da Amazônia, comodois navios de assistência hospitalar, quatro helicópterose balsas. A Aeronáutica empregou 61 aeronaves, e o Exércitomobilizou brigadas de infantaria de selva, de pára-quedistas ede cavalaria. O ministro da Defesa,Nelson Jobim, acompanhou manobras militares da OperaçãoPoraquê no Amazonas e em Roraima, na última terça-feira(12). Na ocasião, Jobim declarou que, em dois meses, oExército deverá concluir o estudo de implantaçãodos pelotões de fronteira que serão instalados nasáreas indígenas, onde ainda não háunidades. Ele negou que a oposição de organizaçõesindígenas possa prejudicar a ação e lembrou queo perfil profissional dos militares tem sido fundamental para ocumprimento do Plano Nacional de Defesa."Apesar de termosalgumas deficiências logísticas, todos os objetivosestão sendo conquistados. A qualidade do pessoal está atodo momento superando nossas deficiências as quais superaremoscom o trabalho desenvolvido com o Plano Estratégico Nacionalde Defesa."Na avaliaçãofinal do General Heleno, a Operação Porquê trouxelições e benefícios significativos para as trêsforças Armadas brasileiras. Eles destaca a atualizaçãodos dados de inteligência com a presença de tropa e ocontato estreito com a população de determinadas áreas."Isso é umaoperação logicamente fictícia. A ForçaAérea trabalha muito próximo de uma situaçãoreal de conflito e, nesse caso, os ensinamentos foram perfeitamenteaplicáveis. Fica a lição de que temos condiçõesde reformular nossa doutrina, em alguns aspectos, confirmar dadosoperacionais e reformular nossos conhecimentos sobre logística,que no caso da Amazônia é ponto fundamental",conclui.