Países em desenvolvimento são destino de 48% das exportações do agronegócio brasileiro

14/08/2008 - 15h34

Danilo Macedo
Repórter da Agência Brasil
Brasília - A participação dasnações em desenvolvimento nas compras dos produtos agropecuáriosnacionais subiram de 39,6% para 48,2%, no total do que é exportado pelo Brasil, entre 2001 e 2007. A China foi responsável por metade desse crescimento,passando de 3,7% para 8% do total das exportações brasileiras.Mas, se, por um lado, os países desenvolvidos reduziram sua participação no universo das compras dos produtos agrícolas que o Brasil exporta, em contrapartida, aumentaram ovolume de compras a uma taxa anual de 13,2%. Já os mercados emdesenvolvimento intensificaram as importações de produtos doagronegócio brasileiro, em média, 20% ao ano.Os dados fazem parte do estudo Intercâmbio Comercialdo Agronegócio – Principais Mercados de Destino, lançado hoje peloMinistério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). O total das exportações do país nosetor saltaram, de 2001 a 2007, de US$ 23,9 bilhões para US$ 58,4 bilhões.Em 2006, o Brasil teve participação de 6,9% no total exportado pelo agronegócio mundial, que foi US$ 609,8 bilhões. Segundo o secretário de Relações Internacionais do Mapa, Célio Porto,cerca de 70% desse desempenho deve-se ao crescimento da produção, enquantoo restante foi gerado pelo aumento dos preços das commodities agrícolas.Para ele, o Brasil tem grande potencial decrescimento no setor porque ainda tem poucas relações comerciais comgrandes países consumidores, como Índia e Indonésia, que juntos, têmpopulação de quase 1,5 bilhão de habitantes. Um dos destaques é aRússia, que concentra 90% dos US$ 3,7 bilhões em importações do Brasilem produtos do agronegócio. Irã e Venezuela também se sobressaíram nosúltimos anos, com crescimentos anuais próximos a 30%.Porto disse que o ministério tem procurado facilitar as importações de fertilizantes, um dosprincipais vilões da crise dos alimentos, além de estimular as exportações em geral. O primeiro passo, segundoele, foi o incentivo à formação de consórcios ou condomínios decompradores para baratear o custo do frete, já que, muitas vezes,precisa-se de um navio inteiro para trazer a carga.Um outro ponto são as missões ao exterior para tratardo assunto. Segundo o secretário, além dos países já visitados, deve-secriar uma missão de técnicos e empresários para ir ao norte da África,“onde haveria grandes produtores dos três fertilizantes: fósforo,potássio e nitrogenados.”