Luciana Lima e Roberta Lopes
Repórteres da Agência Brasil
Brasília - Obanqueiro Daniel Dantas disse há pouco aos deputados da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dasEscutas Telefônicas Clandestinas que atribui a aberturade investigação da Operação Chacal, daPolícia Federal, em outubro de 2004, a uma articulação feita pelaTelecom Itália, com o objetivo de abafar e impedir asinvestigações em relação à empresaKroll.“ATelecom Itália articulou para que a operação daKroll não prosseguisse. O objetivo era suspender, parar com ainvestigação”, disse Dantas que, apesar de terconseguido habeas corpus doSupremo Tribunal Federal (STF), permitindo que ficasse calado, temrespondido às perguntas dos parlamentares.DanielDantas disse que a Telecom Itália teria distribuído “25milhões de euros de propina no Brasil” e que a investigaçãoda Kroll teria o objetivo de identificar para quem teria ido odinheiro. Naabertura dos trabalhos da CPI, Daniel Dantas abriu mão defazer uma exposição inicial e colocou-se àdisposição dos deputados para responder aosquestionamentos. Dantas disse que é réu em trêsações: uma, por ter contratado a empresa Kroll com oobjetivo de espionar autoridades do governo e empresários;outra, acusado de contratar escutas telefônicas clandestinas; ea terceira, refere-se à Operação Satiagraha, daPolícia Federal, na qual ele é acusado de crimesfinanceiros, corrupção e formação dequadrilha.Daniel Dantas negou que tenha sido o mandante dosgrampostelefônicos de adversários empresariais. De acordo com Dantas, a TelecomItália foi quem contratou a empresa de investigação Kroll. "A BrasilTelecom [à época controlada pela Telecom Itália, entre outros sócios] contratou a Kroll por ser a mais requisitada da àrea", disseDantas.
Ele negou que tenha havido grampos telefônicos.Eleafirmou que, no processo que corre na Justiça Federal sobre o caso, nãoháreferências a grampos telefônicos.