Vladimir Platonow
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - O ex-banqueiroSalvatore Cacciola permaneceu em silêncio durante ointerrogatório prestado hoje (13) na Justiça Federal,no Rio de Janeiro. Segundo seu advogado, Carlos Eli Eluf, arelutância de Cacciola em responder às perguntas deve-seao acordo de extradição assinado entre o governobrasileiro e o Principado de Mônaco, que teria lhe livrado dealgumas acusações na Justiça.Pelo acordo, assinalouEluf, o ex-banqueiro não pode ser responsabilizado por trêscrimes de sonegação atribuídos a ele e que foramtratados na audiência de hoje. Conforme o advogado, resta aCacciola apenas o processo por gestão fraudulenta do extintobanco Marka."Ele insistiu que não devia sepronunciar porque esse processo deveria ser extinto, pelo acordo como Principado de Mônaco", disse Eluf, que vai impetrar umhabeas corpus no Superior Tribunal de Justiça (STJ)contra o Ministério da Justiça, por ter mandado umofício dúbio ao juiz, dizendo que o processo estavasuspenso, mas que deixava a critério dele se deveriaprosseguir ou não com a ação."É dúbioporque ele fala primeiro que o acordo de extradiçãoprevê a extinção do processo, mas no final, por umatrapalhada, deixa a critério do juiz se deve prosseguir ou nãocom a ação penal", destacou o advogado.Eluf disse tambémque vai enviar cópias do processo ao procurador-geral deMônaco para tomar providências pela suposta violaçãodo acordo de extradição. "O Brasil pôsassinatura no acordo e tem mais é que honrar o que assinou."Cacciola foiinterrogado pelo juiz da 2ª Vara Federal Criminal, AlexandreLibonati de Abreu. A sessão começou por volta das 14h eterminou às 15h. O interrogatório foi fechado àimprensa, porque partes do processo estão sob segredo deJustiça.O ex-banqueiro foilevado à audiência em uma viatura policial. Ele ficou naparte traseira do veículo, conhecida como caçapa, masnão estava algemado. Quando chegou ao prédio da JustiçaFederal, a equipe de segurança perguntou por que o preso nãoestava algemado. Foi informada, então, que havia uma decisãojudicial proibindo que Cacciola usasse algemas. Por norma da JustiçaFederal, todos os réus presos devem circular pelo prédioalgemados.Cacciola está noPresídio de Bangu 8 desde que chegou ao país, depois deter sido extraditado pelo Principado de Mônaco. Ele foi presoporque foi condenado a 13 anos de detenção no Brasil.As próximas audiências estão marcadas para osdias 10 e 11 de setembro. A previsão deEluf é que o ex-banqueiro esteja em liberdade num prazo de umano e meio. O advogado espera que seu cliente consiga estar livre dacadeia até o final de 2009.