Iolando Lourenço
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Um bate-boca marcou oinicio da reunião do Conselho de Ética da Câmarados Deputados convocada para tomar o depoimento do delegado daPolícia Federal Rodrigo Levin, coordenador da OperaçãoSanta Tereza, que investiga desvio de recursos de empréstimosdo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social(BNDES). O conselho analisa umpedido de cassação do deputado Paulo Pereira (PDT-SP),o Paulinho da Força, suspeito de participar do esquema dedesvios de recursos do banco.Antes do iníciodos trabalhos, o deputado José Carlos Araújo (PR-BA)fez duras críticas ao presidente do colegiado, deputado SérgioMoraes (PTB-RS), que em declarações ao jornal Folhade S.Paulo, defendeu o fim do conselho alegando dificuldades eminvestigar casos que correm em segredo de Justiça.“Todas as profissõese colegiados têm seus conselhos de ética, e na parteética é nós que temos que julgar nossos colegas,e é o que nós estamos fazendo no Conselho de Ética”,disse Araújo. Segundo o parlamentar,as declarações de Moraes causaram um grande desconfortopara os integrantes do conselho.Moraes rebateu ascríticas afirmando que em nenhum momento defendeu a extinçãodo conselho. Disse que seus comentários foram sobre a sensaçãode desconforto que tinha, uma vez que o conselho não tempoderes para exigir provas, além de ficar limitado nasinvestigações quando o processo corre em segredo deJustiça.O deputado Dagoberto(PDT-MS) também cobrou explicações do presidentedo conselho, e fez um apelo para que Moraes não falasse maiscom a imprensa em nome do conselho.