Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - A produção de aço bruto no Brasil cresceu 6,9% no primeiro semestre deste ano, em comparação ao mesmo período do ano passado, totalizando 17,44 milhões de toneladas. Os produtos laminados mostraram expansão de 3,3% e semi-acabados, 21,9%.
Segundo o presidente do Instituto Brasileiro de Siderurgia (IBS), Flávio Azevedo, mais de 80% da produção do setor foi destinada aos três maiores segmentos consumidores da cadeia produtiva do aço: construção civil, indústria automotiva e indústria de bens de capital.
Ele disse hoje (11) que o resultado confirma a visão de que o país atravessa um período de crescimento. “Existem recordes de produção e o setor siderúrgico tem mantido o seu crescimento dentro dos planos apresentados”, avaliou.
As vendas internas das usinas filiadas ao IBS cresceram 18,4% em relação ao primeiro semestre de 2007, acumulando um recorde de 11,50 milhões de toneladas de janeiro a julho deste ano. “Esse aumento está alinhado ao crescimento expressivo do setor automotivo, um dos nossos maiores demandantes de produtos siderúrgicos”, afirmou Azevedo.
As vendas de aço plano (6,58 milhões de toneladas) e de aço longo (4,52 milhões de toneladas) também bateram recordes, mostrando crescimento de 13% e de 25,8%, respectivamente. Segundo o presidetne do IBS, o resultado está ligado ao crescimento das indústrias automotiva, de bens de capital e de construção civil.
As vendas para o exterior tiveram queda de 10,3%, em volume. Foram exportadas 5,05 milhões de toneladas no primeiro semestre, com valor positivo de US$ 3,66 bilhões.
A alta dos preços no mercado internacional, no primeiro semestre, compensou a desvalorização do dólar frente o real, estimada em cerca de 17%, nos seis primeiros meses do ano. As maiores retrações nas exportações foram observadas em laminados (-32,6%) e aços planos (-41,8%). Azevedo explicou que o decréscimo ocorreu em virtude do aumento de produção e do crescimento das vendas internas.
“Isso significa que as siderúrgicas nacionais deslocaram uma parte significativa das exportações que fazem normalmente, para atendimento do mercado interno, que se acha aquecido naquelas três cadeias”, observou.
Já as importações subiram em volume 58,8% no semestre, atingindo 1,05 milhão de toneladas. Com isso, houve expansão de 77,8% no valor comprado. Boa parte das importações do setor constitui-se de trilhos, que não são produzidos no Brasil, conforme esclareceu Azevedo. Outra parte é destinada a formar estoques para que não haja desabastecimento no mercado doméstico.