Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - O consumo aparente de produtos siderúrgicos, que representa as vendas internas mais importações, foi recorde no Brasil no primeiro semestre deste ano, atingindo 12,53 milhões de toneladas, com aumento de 21,5%.O recorde esteve “alinhado ao crescimento das necessidades da indústria automotiva”, que experimentou expansão no período de 22%. Foi o que disse hoje (11), no Rio de Janeiro, o presidente do Instituto Brasileiro de Siderurgia (IBS), Flávio Azevedo.Ele informou que máquinas agrícolas e caminhões tiveram aumento de 40% e 27%, respectivamente, no consumo de aço. Do mesmo modo, a indústria da construção civil mostrou ampliação de 30% no consumo de vergalhões. Também o setor de bens de capital aumentou o consumo de produtos siderúrgicos, em função dos projetos na área de petróleo e da nova política de desenvolvimento produtivo, acrescentou.Azevedo descartou qualquer possibilidade de desabastecimento no mercado interno. “A gente está em estado de absoluta normalidade no setor”. O semestre, segundo o presidente do IBS, está se consolidando com números bem acima do esperado. Os problemas de previsibilidade que porventura continuem em alguns setores estão sendo trabalhados em conjunto pelo IBS, esclareceu.A demanda nacional atingiu no período 22 milhões de toneladas de aço, para uma capacidade instalada de 41 milhões de toneladas. “Ou seja, nós temos 60% a mais de capacidade produtiva do que a demanda nacional. A demanda futura também vai ser atendida e vai sobrar para a exportação. O setor siderúrgico vai continuar sendo um dos que mais contribuem para o balanço positivo da nossa balança comercial”, afiançou.Em relação ao consumo per capita, isto é, por habitante, os dados do IBS indicam que subiu de 100 quilos por ano, “que foi durante décadas”, para 129 quilos. A perspectiva é que esse número seja ampliado para 230 quilos per capita em 2015. Mesmo assim, o nível continuará bem abaixo do de países desenvolvidos, onde o consumo atinge entre 400 a 600 quilos por habitante/ano, admitiu Azevedo.