Vladimir Platonow
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - O Tribunal RegionalFederal da 2a Região (TRF2) mandou libertar omédico Joaquim Ribeiro Filho, que foi preso no dia 30 dejulho, durante a Operação Fura-Fila, da PolíciaFederal (PF). O habeas corpus foi concedido hoje (5) pelajuíza Andréa Cunha Esmeraldo, da 2a TurmaEspecializada.Na mesma decisão, a juíza determinouque o médico fique afastado de suas funções noHospital Universitário Clementino Fraga Filho, o Hospital doFundão, e que ele seja proibido de realizar qualquerprocedimento cirúrgico relativo a transplante de fígado.“Além disso, o médico teráde assinar um termo de compromisso, no qual se comprometerá anão se comunicar com quaisquer dos co-réus outestemunhas, pessoalmente ou através de terceiros, porqualquer meio de comunicação, deles mantendo adistância de um raio de pelo menos 500 metros”, estipulou ajuíza em sua decisão, divulgada no início datarde.A defesa do médico entrou com pedido dehabeas corpus, alegando que ele seria primário, combons antecedentes, residência fixa e que nãorepresentaria risco à ordem pública ou àinstrução criminal.O médico foi denunciado pelo MinistérioPúblico Federal (MPF) por liderar esquema que fraudava a filade transplantes de fígado do Hospital do Fundão. Maisquatro médicos de sua equipe foram denunciados, mas nãochegaram a ser presos.Segundo a PF, em pelo menos uma ocasião,Joaquim Ribeiro Filho teria recebido R$ 250 mil de um paciente paraagilizar um transplante.Por causa da suposta fraude, o Ministérioda Saúde suspendeu temporariamente os transplantes de fígadono Hospital do Fundão e a Secretaria Estadual de Saúdedeterminou a mudança no sistema que gerencia a fila depacientes, a fim de garantir mais transparência ao processo.