Isabela Vieira
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Aclasse média brasileira chegou a 51,89% do total da população do paísem abril de 2008. A parcela que integra a classe C, com rendimentofamiliar entre R$ 1.064 e R$ 4.591, em média, superou o pico medido em2004, quando representava 42,49% dos brasileiros.Osdados foram divulgados hoje (5) pela Fundação Getulio Vargas (FGV), queatribuiu o avanço da classe média, nas seis regiões metropolitanasestudadas, ao aumento do emprego com carteira assinada e ao bomdesempenho da economia brasileira frente a crises externas."O Brasil fez o dever de casa nos últimos 20 anos e está colhendo esses frutos", disse oeconomista responsável pela pesquisa, Marcelo Néri. Segundo ele, aascensão de parte da população também se explica pela geração de renda.“Ou seja, cada um está ganhando seu próprio dinheiro e dependendo menos de transferências sociais”.Segundoa pesquisa da FGV, nos últimos seis anos, houve queda na população queocupa a classe E, ganhando até R$ 768. Essa parcela era de 42,82% em2002. Atualmente, é de 32,59%. Também houve redução nas classes A e B -com rendimentos maiores que R$ 4.590 - que hoje são 15,52% contra19,99%, em 2002. A classe D, que recebe entre R$ 768 e R$ 1064, ficouestável no período.Combase nas pesquisas mensais de emprego do Instituto Brasileiro deGeografia e Estatística (IBGE) e dados do próprio Ministério doTrabalho, o estudo da FGV verificou ainda diminuição das desigualdadessociais e da miséria, que caiu 30% nos últimos seis anos.Emabril deste ano, foram computados como miseráveis no Brasil 25,16% dapopulação. Essa é a menor taxa desde 2002, mas representa 36 milhões debrasileiros que estão na classe E, segundo a pesquisa, e ganham nomáximo R$ 768 por família por mês.Aindade acordo com a FGV, entre as seis regiões pesquisadas, registraram asmaiores queda na miséria as capitais Belo Horizonte, Rio de Janeiro eSalvador, seguidas por Porto Alegre, Recife e São Paulo.