Luciana Lima
Repórter da Agência Brasil
Brasília - A ConfederaçãoNacional da Indústria (CNI) manifestou hoje (23) insatisfaçãocom o aumento de 0,75% na taxa básica de juros (Selic),decidida pelo Comitê de Política Econômica(Copom). O presidente da entidade, Armando Monteiro Neto, avaliou que oCopom deveria ter mantido o ritmo de aumento da taxa em 0,5%."Em um ambiente deincerteza inflacionária, a política monetáriagradual é mais eficaz para coordenar as expectativas deelevação dos preços. A alteraçãodessa postura, com a intensificação do apertomonetário, resultará em maiores danos ao processo decrescimento econômico", afirmou ele, por meio de nota.Para a CNI, o BancoCentral deveria manter o ritmo [de elevação de Selic] e esperar pelas naturais defasagensdos impactos da política monetária restritiva. “Aidéia de acelerar o movimento de redução doconsumo das famílias, via aumento mais intenso dos juros, nãoirá gerar os benefícios desejados, uma vez que muito dainflação é originada globalmente, dado o aumentodos preços internacionais dos alimentos", avaliou.A CNI, de acordo com anota, defendeu a redução de gastos governamentais parafazer com que a inflação convirja para o centro da metaestipulada para este ano de 4,5%.“A maior consonânciaentre as políticas fiscal e monetária – com aelevação da meta do superávit primário –enseja a perspectiva de um ciclo monetário menos duradouro. Amaior sintonia dessas políticas será fundamental para aredução da demanda interna, via reduçãodas despesas do governo, uma vez que o consumo das famíliasperderá intensidade naturalmente, devido ao encarecimento docrédito e aos menores ganhos na renda do trabalhador com aprópria alta da inflação", disse MonteiroNeto.