Centrais sindicais criticam alta de juros

23/07/2008 - 22h48

Luciana Lima
Repórter da Agência Brasil
Brasília - A decisão deaumentar em 0,75% a taxa básica de juros, tomada hoje (23)pelo Comitê de Política Monetária (Copom), desagradou algumas das principais centrais sindicais do país.Em nota, a CentralÚnica do Trabalhadores (CUT) destaca que “as altas taxas básicasde juros são contrárias aos interesses da classetrabalhadora”, porque o aumento não tem efeito sobre ocombate à inflação e que servirá parapenalizar ainda mais os assalariados. “Contra a inflação,defendemos menos especulação, menos juros e maisprodução”, diz a nota.“A pressãoinflacionária sobre os alimentos, que penaliza muito mais osassalariados, deve ser combatida com o fortalecimento do apoio àagricultura familiar, por meio da ampliação daoferta e dos prazos do crédito, garantia de preçosmínimos e de assistência técnica, entre outrasmedidas. Outra frente de combate deve se dar sobre setores queespeculam, seja por intermédio de contenção de estoquesou de elevação de preços chamada de'preventiva', que nada mais é que apostar em inflaçãofutura”, defende o presidente nacional da CUT, Artur Henrique.“Com o objetivoexplícito de desacelerar a economia, essa políticacomprime nosso potencial e atenta contra a manutençãodo ciclo de crescimento sustentado. Atrapalha, inclusive, a ampliaçãoda oferta de alimentos e pouca eficácia tem contra a pressãoinflacionária sobre o setor, já que as principaiscausas vêm do mercado externo”, assinala a CUT.Também por meiode nota, a Força Sindical manifesta repúdio ao aumento, classificando-o de “cavalar”. “A medida é impopularporque de imediato vai dificultar a campanha salarial de cerca de 3,5milhões de trabalhadores que já estão negociandoreposição das perdas e aumento real de saláriocom os patrões. Ao mesmo tempo dificulta o investimento dasempresas na produção."Para a ForçaSindical, se o governo quer combater a inflação tem deincentivar o aumento da produção de alimentos e reduziros impostos dos produtos da cesta básica.