Setor de seguros pode ter faturamento recorde de R$ 100 bilhões, prevê economista

23/07/2008 - 17h52

Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - O desempenho positivo do mercado segurador brasileiro em 2008, aliado ao ganho cambial derivado da valorização do real, deverá levar a indústria de seguros a encerrar o ano com faturamento recorde de R$ 100 bilhões. A avaliação é do economista Alexis Cavichini, professor de Finanças da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) que, em entrevista à Agência Brasil, estimou um faturamento mundial de US$ 4,3 trilhões este ano para o setor.“O Brasil está dando uma arrancada no setor de seguros impressionante”, disse hoje (23) Cavichini. Pelos últimos dados disponíveis, segundo o economista, é possível que o setor de seguros ultrapasse o valor do faturamento projetadopara o ano. Informações da Superintendência de Seguros Privados (Susep)revelam que o mercado cresceu, nos cinco primeiros meses do ano, cercade 17%, o que equivale  à expansão registrada durante todo o ano de2007. 

O faturamento de R$ 100 bilhões fará o Brasil saltar cinco posições no ranking mundial de seguros, saindo da 19ª classificação para o 14º lugar.  “Pode parecer pouca coisa, mas você pular cinco espaços no ranking é um avanço muito forte em um ano”, observou o economista. Segundo Cavichini, isso representará um crescimento, em reais, entre 17% a 18% na comparação com o ano passado. 

Cavichini acredita que o resseguro vai ajudar a expandir ainda mais o mercado segurador brasileiro, a partir do segundo semestre. “Eu diria que a partir do segundo semestre, o resseguro deve ter um impacto muito grande, porque as resseguradoras internacionais começarão a oferecer diversos  produtos que não existiam antes no mercado nacional”, avaliou.  O economista destacou que a abertura do mercado de resseguro já contribuiu para a Petrobrás reduzir, em grande parte, os valores pagos para segurar todo o seu patrimônio.

A expectativa, comentou Cavichini, é que, a partir da maior concorrência entre as resseguradoras, com a oferta de novos produtos para o mercado, “nós vamos ter um aumento expressivo do seguro no país”.  Segundo ele,  o crescimento do setor mostra que as pessoas estão confiantes em relação ao futuro. “Com isso, a probabilidade de que a economia vá para  frente é muito maior. Nós estamos numa fase de ciclo virtuoso de crescimento”, indicou.

Alexis Cavichini lança amanhã (24), no Rio de Janeiro, livro sobre a história dos seguros no Brasil. A publicação foi editada com incentivos da Lei Rouanet. O prefácio do livro foi escrito pelo superintendente da Susep, Armando Vergílio, para quem  a obra ajudará ao público a entender a “relevância do seguro no dia-a-dia de cada cidadão”.  Vergílio destacou que a participação desse mercado no Produto Interno Bruto (PIB), que é a soma das riquezas produzidas no país, “que mal chegava a 1% no início da década de 90, já estava três vezes maior em 2007”. Ele confia que “é possível acelerar e alcançar o patamar de 7% do PIB até 2011”.