Justiça do Rio mantém prisão preventiva de ex-secretário do governo Rosinha Maheus

23/07/2008 - 8h03

Douglas Correa
Repórter da Agência Brasil
Rio - O Tribunal de Justiça do Rio decidiu manter a prisão preventiva de Itamar Guerreiro, ex-subsecretário de Infra-Estrutura da Secretaria de Saúde no governo Rosinha Matheus. Itamar integra um grupo de 16 pessoas, inclusive alguns políticos, denunciados pelo Ministério Público estadual por formação de quadrilha e desvio de verbas públicas por transferências para organizações não-governamentais.Ao julgar o mérito do pedido de habeas corpus, os desembargadores da 2ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça, acompanharam o voto do relator do processo, desembargador Antonio José Carvalho, que no último dia 17 havia indeferido pedido de liminar feito pelos advogados do acusado. Segundo o relator, Guerreiro teria autorizado a contratação sem licitação da Fundação Pro-Cefet, fato que deu origem ao escândalo.Em nota, o desembargador Antonio José Carvalho disse que a prisão cautelar determinada pela juíza Ana Luíza Coimbra Mayon, da 21ª Vara Criminal da Capital, foi devidamente fundamentada para a garantia da ordem pública e conveniência da instrução criminal. Segundo ele "há inúmeras testemunhas a serem ouvidas, dentre elas representantes de pequenas ONGs que, em tese, teriam se beneficiado do esquema criminoso e poderiam sentir-se constrangidas para depor", caso Guerreiro estivesse em liberdade.Ontem (22) a juíza Ana Luíza Mayon também indeferiu os pedidos de liberdade provisória feitos pelos advogados de Marco Antonio Lucidi, ex-secretário estadual de Trabalho; e de Octávio Augusto Almeida de Abreu. Este último está em pensão domiciliar por ter se submetido a  uma cirurgia cardíaca há um mês. A juíza determinou realização de perícia médica a fim de comprovar a gravidade do quadro de saúde do réu.A Operação Pecado Capital foi desencadeada no dia 15 deste mês, pelo Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro para prender uma quadrilha que desviou mais de R$ 60 milhões destinados ao projeto Saúde em Movimento. A operação contou com a participação de 250 policiais militares, integrantes da Coordenadoria de Segurança e Inteligência do MinistérioPúblico.No mesmo dia, foram cumpridos 12 dos 14 mandados de prisão expedidos pelo juízo da 21ª Vara Criminal da Comarca da capital. Ainda estão foragidos com a prisão preventiva decretada Claro Diniz Luiz Dantas da Silva e Carlos Arlindo Costa.