Ministério Público Federal só fala sobre a Operação Toque de Midas ao final da investigação

11/07/2008 - 17h17

Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - O Ministério Público Federal (MPF) do Amapá só irá se pronunciar sobre a Operação Toque de Midas, desencadeada hoje (11) pela Polícia Federal, em três estados, ao fim das investigações sobre supostas fraudes cometidas durante licitação para concessão da Estrada de Ferro do Amapá. A informação foi dada pela assessoria de imprensa do MPF em Macapá.A concessão da Estrada de Ferro do Amapá foi  dada em março de 2006 à empresa MMX Amapá, do grupo EBX, de propriedade do empresário Eike Batista. Nascido em Minas Gerais em 1957, Eike é um dos sete filhos do empresário Eliezer Batista, ex-ministro de Minas e Energia no Governo João Goulart, que durante muitos anos exerceu o cargo de  presidente da Companhia Vale do Rio Doce, quando esta ainda era  estatal.

Acolhendo requerimentos feitos pelo MPF, a Justiça Federal do Amapá expediu 12 mandados de busca e apreensão de documentos, valores e computadores  nas cidades de Belém (PA), Macapá (AP) e Rio de Janeiro (RJ), para comprovar os indícios de uma organização fraudulenta na licitação da via férrea, responsável pelo transporte de minério do Amapá para o Porto de Santana, no Amazonas.

Segundo informou a assessoria, o MPF do Amapá deteria informações, levantadas pela Polícia Federal, indicando que a empresa MMX teria sido beneficiada de forma irregular no processo de licitação da Estrada de Ferro do Amapá. O procurador  responsável pelo caso, cujo nome não pôde ser revelado pela assessoria, dará seguimento à ação a partir dos dados recolhidos pela Polícia Federal. A assessoria explicou que há partes do processo que correm em segredo de Justiça e outras que podem ter implicações com outras ações. Daí o MPF/AP só poder falar a respeito ao final da apuração de todos os fatos.

Ainda de acordo com o MPF/AP, a investigação objetiva também confirmar informações que apontam fraude na lavra de ouro pela Mineradora Pedra Branca do Amapari, que integraria o grupo MMX. Há suspeitas de que o valor do ouro declarado seria inferior ao retirado durante o processo de extração, reduzindo, dessa forma, os encargos a serem pagos.