Marcos Chagas
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Pressionado por parlamentares e pela má repercussãojunto à opinião pública, o presidente do Senado, Garibaldi Alves Filho(PMDB-RN), resolveu suspender a criação de 97 cargos para os 81senadores e gabinetes de lideranças. A decisão de criar esses cargos,sem concurso público, foi tomada na quarta-feira (9), numa reunião daMesa Diretora do Senado, presidida pelo próprio Garibaldi.Na reunião, o presidente ainda ponderou aos colegasda inconveniência de se criar esses empregos, com salários de R$9.979,00, mas não teve apoio dos colegas. “Vou tratar desse assunto nasemana que vem. O aumento está suspenso mesmo, porque essa medida sóseria implementada a partir de agosto”, afirmou o parlamentar.Garibaldi, entretanto, adianta que não pode manter adecisão de suspender a criação dos cargos se os senadores que integrama Mesa Diretora não o acompanharem na decisão de encaminhar o assuntopara uma votação em plenário. No entanto, pondera que, “diante do queestá acontecendo, diante desse clamor, o Senado tem que ser e será sensível”.O presidente do Senado destacou que, se a matéria fora plenário, ele abrirá mão de presidir a sessão de votação, para poderregistrar o seu ponto de vista a respeito da criação dos 97 cargos paraos senadores. Presidindo a sessão, Garibaldi só pode se manifestar paradesempatar uma votação.Hoje, o senador Eduardo Suplicy (PT-SP) enviou umacarta a Garibaldi Alves Filho solicitando uma reavaliação da decisão daMesa Diretora. Segundo Suplicy, em tese, a medida tomada pela Mesa éinconstitucional. Ele defende que, obrigatoriamente, a proposta de secriar novos cargos no Senado tem que passar pelo crivo do plenário daCasa.Ontem, senadores da Mesa Diretora e líderes partidários passaram o dianum jogo de empurra sem querer assumir a paternidade da decisão de secriar novos cargos nos gabinetes sem concurso público. Osrepresentantes da Mesa afirmavam que a decisão se deu a partir de umareivindicação das lideranças que, por sua vez, declararam que atenderama um pedido do primeiro-secretário do Senado, Efraim Moraes (DEM-PB).