Alimentos devem pressionar menos inflação para idosos no segundo semestre

11/07/2008 - 13h10

Thais Leitão
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - Os preços dos alimentos devem pressionar menos, no segundo semestre, a inflação para as famílias compostas principalmente por pessoas com mais de 60 anos. Os reajustes em tarifas públicas, no entanto, devem impactar com mais intensidade o Índice de Preços ao Consumidor da Terceira Idade (IPC-3i). A avaliação é do economista André Braz, coordenador do IPC, da Fundação Getulio Vargas (FGV). De acordo com os dados, divulgados hoje (11) pela FGV, no primeiro trimestre o índice chegou a 2,65%, a maior taxa trimestral desde março de 2003 (5,28%). Os alimentos foram os produtos que mais influenciaram o resultado."É uma tendência que não deve durar ainda muito tempo. A nossa expectativa é de que a participação de alimentação no indicador tenda a diminuir após agosto, por conta da safra do Hemisfério Norte. Em compensação, a participação das tarifas públicas deve aumentar. Em São Paulo, por exemplo, já houve reajuste de 8,5% nas tarifas de energia elétrica este mês e o reflexo disso só deve ser registrado pelo IPC-3i no terceiro trimestre de 2008", explicou o economista.Segundo Braz, além dos alimentos, o levantamento da FGV verificou outros avanços de preços em itens significativos para essa parcela da população. São eles, planos e seguros de saúde e medicamentos, que tiveram reajuste anual nos últimos três meses; planos de saúde, que ajudaram a impulsionar a taxa de saúde e cuidados pessoais (com alta de 1,15% no trimestre); e tarifas de água e esgoto, que contribuíram para a taxa de 0,84% em habitação.