Marli Moreira
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - O advogado Jean Menezes de Aguiar, contratado para a defesa de Hugo Chicaroni, disse hoje (11) que seu cliente negou ter intermediado tentativa de suborno a um dos delegados da Operação Satiagraha, da Polícia Federal (PF), que investiga crimes de lavagem de dinheiro,gestão fraudulenta, evasão de divisas, formação de quadrilha e tráficode influência para obtenção de informações privilegiadas em operaçõesfinanceiras."Não existe confissão", afirmou Menezes ao deixar o prédio da Superintendência da Polícia Federal no Bairro da Lapa, na zona oeste de São Paulo. Ele criticou a restrição imposta pela PF no contato com Chicaroni e anunciou que fará uma representação na Justiça contra o sistema de interfone utilizado. De acordo com informações do Ministério Público Federal (MPF), na última terça-feira (8), dia em que a Operação Satiagraha foi deflagrada, os agentes federais apreenderam R$ 1,2 milhão na casa de Chicaroni. O dinheiro seria utilizado para oferecer a um dos delegados como forma de comprar o silêncio das autoridades, a pedido do banqueiro Daniel Dantas, do Banco Opportunity.Ainda segundo o MPF, o banqueiro não queria ver o seu nome arrolado no inquérito, bem como o da irmã Verônica e de outro parente. Esse fato foi a base para que o procurador do MPF em São Paulo Rodrigo de Grandis reiterasse o pedido de prisão preventiva de Dantas, que foi acatado pelo juiz da 6ª Vara Criminal Federal, Fausto Martins de Sanctis.Daniel Dantas deve prestar depoimento agora à tarde. Dos 17 presos pela Polícia Federal na terça-feira (8) durante aOperação Satiagraha, apenas ele e HugoChicaroni continuam detidos.