Mylena Fiori
Enviada especial
Hokkaido (Japão) - Como vem acontecendo emtodas as grandes conferências internacionais, o futuro docontinente africano estará em pauta na reunião decúpula do G8 de amanhã (7) até quarta-feira (9),na ilha de Hokkaido, no Japão. Mais uma vez, os setepaíses mais industrializados do mundo e a Rússiadiscutirão estratégias de desenvolvimento para aÁfrica. Assim como o Brasil, os africanos participarãocomo observadores da conferência, mas não terãovoz nas sessões de cúpula.A África integra aagenda do G8 desde o final da década de 90 e passou aparticipar como convidada, em reunião paralela, na cúpulado ano 2000.Para os debates deste ano, foram definidos trêsfocos prioritários: o estímulo ao crescimentoeconômico; a garantia à "segurança humana",com foco no alcance das metas do desenvolvimento do milênio ena consolidação da paz e da boa governança; etratamento de questões ambientais e mudançasclimáticas.As prioridades foram identificadas na 4ªConferência de Tóquio para o Desenvolvimento Africano(Ticad), realizada em maio, com a participação de 51nações africanas e 34 países parceiros, 74organizações regionais em internacionais, organizaçõesda sociedade civil e o setor privado.Com relação aoestimulo ao desenvolvimento, é unânime a avaliaçãode que além de acelerar o crescimento - já estabilizadoem alguns países -, é preciso assegurar que essecrescimento se traduza em desenvolvimento e alívio da pobreza.Também háconsenso quanto à necessidade de promover a transferênciade tecnologia, encorajar parcerias público-privadas, apoiariniciativas do setor privado e fortalecer as relaçõesSul-Sul e a chamada cooperação triangular (comterceiros países desenvolvidos). A críticainfra-estrutura de transportes e energia foi apontada como obstáculoà integração econômica do continente e àpromoção do comércio e de investimentos nospaíses africanos. A Ticad apontou, ainda, avulnerabilidade e a limitada capacidade dos países africanospara enfrentar os efeitos negativos das mudanças climáticas,embora seja a região com as menores emissões de gasesde efeito estufa. Um dos caminhos para enfrentar o problema éapoiar o acesso à fontes de energia limpa.