Embrapa desenvolve tecnologia que aumenta vida útil do morango na comercialização

06/07/2008 - 14h57

Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - As condições adequadas de processamento e refrigeração podem  elevar a vida útil de alguns frutos como o morango, na etapa de comercialização de três dias para até oito dias. A constatação é de pesquisadores da Embrapa Agroindústria de Alimentos, entidade de pesquisas vinculada ao Ministério da Agricultura.

Eles desenvolveram um processo que reduz a quase zero a incidência de "podridões"no fruto, que permite oferecer ao consumidor um produto que não necessita sofrer  qualquer outraoperação, inclusive de lavagem.

“Quer dizer, a fruta chega pronta paraconsumir. Tanto que o consumidor, na rua mesmo,  pode comprar umaporção e consumir direto na embalagem. Na essência, é um produto querequer frio e embalagem adequada. Então, há duas condições básicas parao morango: ele deve ser refrigerado e embalado. Não pode ser (vendido)a granel”, explica o pesquisador Sérgio Cenci.

Em entrevista  à Agência Brasil,o pesquisador Sérgio Cenci disse que o processamento de alimentos, quetorna os produtos prontos para o consumo, não é uma coisa nova empaíses desenvolvidos como os Estados Unidos. “Só que lá fora eles têm uma matéria-prima de boa qualidade que tanto ‘in natura’ (ao natural),como processada, tem uma vida útil maior do que o produto brasileiro”.

Segundo o pesquisador, no Brasil atecnologia apresenta mais vantagens em comparação com a realidadeinternacional, “pelo fato de que o nosso produto ‘in natura’ tem umavida útil muito pequena devido às condições de cultivo,  à tecnologiautilizada e às condições de precariedade das estradas”. Como o morangoé um produto sensível, sofre danos ao ser transportado.Paraos pequenos produtores rurais, as novas tecnologias representamagregação de valor, na opinião de Cenci. Ele advertiu, porém, que para isso eles precisam ter uma infra-estrutura mínima e recomendou que os pequenosagricultores  se reúnam em cooperativas ou associações e formemparcerias com empresas para poderem investir em logística. Opesquisador da Embrapa Agroindústria de Alimentos revelou que duasempresas inglesas instaladas em Mogi das Cruzes (SP) já estãoprocessando morango e exportando para a Europa. “Eles viram  opotencial de mercado que tem no Brasil para esse produto e  estãoquerendo fazer parcerias para colocar o morango processado no mercadointerno”. Ele acredita que a partir dessas parcerias, o produtor já vaiter vantagens porque  “eles vão remunerar melhor. Como é um produto devalor agregado, essas indústrias também remuneram melhor amatéria-prima”.