Amanda Cieglinski
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O ensino da músicaem todas as escolas públicas do ensino básico reacendeo debate sobre a necessidade de ampliação da gradehorária da rede pública de ensino. A professora daFaculdade de Educação da Universidade de Brasília(UnB) Stella Bortoni defende que a medida é positiva, masprecisa vir acompanhada de mudanças curriculares eestruturais. “É muito bomque os currículos sejam enriquecidos com horários paraque as crianças possam ir à biblioteca, ouvirhistórias, trabalhar com teatro, fazer educaçãofísica, todas essas atividades extracurriculares sãobenéficas, mas é preciso que haja tempo suficiente e umbom planejamento para conduzir tudo isso e as aulas tradicionais”,avalia.No Centro de EnsinoFundamental 03 do Guará, no Distrito Federal, os alunos játêm aula de canto e coral, teoria musical, percussãocorporal e banda marcial, mas as atividades ainda sãorestritas aos alunos do turno vespertino, porque pela manhãnão há professor de música disponível. O diretor da escola,Jairo Peixoto, espera que a nova lei possa garantir a ampliaçãodo atendimento.Além da falta dedocentes, a escola sofre com os problemas de infra-estrutura. Asaulas de banda marcial acontecem em uma sala improvisada, semisolamento acústico. Os ensaios atrapalham as outras aulas ejá receberam reclamação da vizinhança. “A escola de línguasaqui do lado já entrou até na Justiça paraacabar com as aulas”, conta Peixoto. Além deestruturas físicas adequadas para o desenvolvimento pleno dasatividade, Stella Bortoni defende o segundo turno em todas as escolascomo um ideal a ser perseguido. “Essa é umapreocupação que não pode ser descuidada. Osistema a que pertence aquela escola precisa estar planejando paraaumentar uma hora ou duas horas por dia”, recomenda.