Julio Cruz Neto
Enviado Especial
Bogotá (Colômbia) - A Igreja Católica colombiana entrou nacampanha pela libertação dos reféns das ForçasArmadas Revolucionárias da Colômbia. Em missa celebradahoje (5) em ação de graças pela libertaçãode reféns na última quarta-feira, o arcebispo de Bogotá, cardeal PeroRubiano, pediu diálogo humanitário.Jornalistas colombianos presentes àCatedral de Bogotá informaram que há muitos meses a Igreja não semanifestava a favor da comunicação com as Farc.Rubiano também exigiu que os seqüestradossejam libertados com vida. “Vivos os levaram, vivos têm quedevolvê-los”, afirmou o cardeal. A missa também foi emintenção dos que permanecem presos - estimativa de 700 pessoas.O comandante do Exército, general MarioMontoya, subiu ao altar e agradeceu as orações e “tudoo que a Igreja faz pelas Forças Armadas e pelo povo”.Segundo ele, o resgate só foi possível “graçasao Senhor”. “Sem proteção divina, a operaçãonão teria esse resultado”.Ao final da missa, o general negou que o emblemaque aparece no vídeo do resgate, divulgado ontem pelo governocolombiano, seja da Cruz Vermelha. “É parecido”, disse ele, esquivando-se da imprensa ao sair da igreja.Nos últimos dias, o governo tem negado aparticipação de outros países, como Estados Unidos e Israel, ou de organismosinternacionais na operação que libertou Ingrid Betancourt e outras 14 pessoas, reiterando que a iniciativafoi totalmente colombiana.Pesquisa do Instituto Yanhaas divulgadaontem aponta que 91,72% dos colombianos aprovam a gestão do presidente Alvaro Uribe, que exerce o segundo mandato. Por aqui, discute-se a possibilidade de alterar a Constituição para que ele dispute oterceiro mandato, mas atualmente a Suprema Corte questiona a emenda que permitiu a primeira reeleiçao, em 2006.