Ivan Richard
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Desde que começoua atuar, em 1995, o Grupo Especial de FiscalizaçãoMóvel do Ministério do Trabalho já resgatou mais de 28 mil pessoas submetidos a trabalho escravo e degradante.Segundo dados do ministério, apenas nos primeiros seis mesesdeste ano, foram resgados 2.112 trabalhadores, em 48 operaçõesrealizadas.Nesses 13 anos, o Grupode Fiscalização Móvel autuou os empresáriosem R$ 41,6 milhões.De acordo com oMinistério do Trabalho, 2007 foi o ano em que mais se resgatoutrabalhadores, no total de 5.999, em 116 operações. Emseguida ficou 2003, com 5.223, em 67 operações, edepois o ano de 2005, com 4.348 trabalhadores resgatados, em 85operações.O grupo jáfiscalizou 1.970 fazendas e registrou 28,2 mil trabalhadores quetrabalhavam sem as carteiras de trabalho assinadas. Em 1995, primeiroano de combate ao trabalho escravo, foram realizadas 11 operaçõesque resultaram em 84 trabalhadores resgatados.A fiscalizaçãodo trabalho tem o objetivo de regularizar os vínculosempregatícios dos trabalhadores encontrados e libertá-losda condição análoga à escravidão.Ao serem resgatados pelo Grupo Móvel, os trabalhadores recebemas verbas trabalhistas devidas, o seguro-desemprego, alimentação,hospedagem e transporte aos locais de origem.Os fazendeiros que sãoflagrados submetendo trabalhadores a condiçõesdegradantes passam a ter sua propriedade incluída na “listasuja” do Ministério do Trabalho. A empresa incluídana lista fica proibida de obter empréstimos em bancos oficiaise também entra para a lista de empresas pertencentes àcadeia produtiva do trabalho escravo no Brasil, que serve de alertaàs indústrias, varejo e exportadores para a aplicaçãode restrição aos produtos de mão-de-obraescrava.Segundo o ministério,depois que o nome do infrator é incluído na “listasuja” são necessários dois anos sem pendênciasna Justiça para que o nome seja excluído do cadastro.Apenas na últimasemana, o Grupo Móvel de Fiscalização libertoucerca de 270 trabalhadores que estavam em condiçõesdegradantes ou análogas à escravidão nos estadode Goiás, do Amazonas e do Pará.