Mylena Fiori
Enviada especial
Tucumán (Argentina) - Emcada esquina da histórica San Miguel de Tucumán, policiais federais eprovinciais estão a postos para garantir a segurança de delegações eimprensa dos dez países que participarão da 35ª Cúpula de Chefes deEstado do Mercosul e dos Estados Associados. Estima-se em cerca de 3mil o contingente destacado para o evento que mobiliza a capital daprovíncia de Tucumán, conhecida como Jardim da República. Aqui, há 192 anos, foi declarada a independência da Argentina.O encontro, que será realizado amanhã (1º), vai reunir dez mandatários sul-americanos. Todasas ruas próximas aos locais de eventos oficiais foram cercadas comgrades de isolamento. Ambulâncias permanecem estacionadas em frente aoslocais por onde passarão os presidentes.Bandeirasdos países sul-americanos estão por todos os lados. Nas lojas erestaurantes, a presença de estrangeiros desperta curiosidade e amabilidade da população. “São de onde? Vieram para a cúpula”? A pergunta se repete a cada parada ou pedido de informação pelas ruas centenárias da cidade. Apenas jornalistas, estão credenciados mais de 700 profissionais.Fundadaem 1565, San Miguel de Tucumán foi declarada patrimônio histórico em1999 e hoje é considerada centro cultural do norte argentino.Localizada a 1,2 mil quilômetros de Buenos Aires, tem cerca de 500 milhabitantes. Para um visitante de primeiraviagem, parece apenas uma típica cidade do interior de origemhispânica, com uma grande praça (da Independência) em torno da qualestão localizados os principais prédios públicos – a Casa de Governo, aCatedral e o Jockey Club. Masnão foi o acervo histórico que trouxe a 35 Cúpula de Chefes de Estado àregião. Desgastado pela crise desencadeada após o aumento dos impostos sobre a exportação de grãos – e temeroso por protestos que têm se repetido emdiversas regiões do país –, o governo argentino decidiu receber os 10chefes de estado sul-americanos e suas delegações em uma região de aliados políticos. Aprovíncia de Tucumán é governada por Jose Alperovich, do Partido Justicialista de Cristina Kirchner. Sua esposa, Beatriz Rojkes, édeputada nacional e presidente do Partido Justicialista na Província deTucumán. O ex-presidente argentino e marido de Cristina, Nestor Kirchner, épresidente nacional do partido.Embora produza soja, oforte da economia de Tucumán é a indústria açucareira, curiosamente,um dos produtos problemáticos dentro do Mercosul. Por pressão deregiões como Tucumán, o Congresso argentino aprovou, em 2002,legislação que impede a comercialização de açúcar brasileiro no país.O presidente Luiz Inácio Lula da Silva embarca hoje à tarde, às 17h20, para a Argentina. À noite, participa de jantar oferecido pela presidente Cristina Kirchner aos chefes de Estado e ministros do Mercosul.