Coordenador de IPC aponta crescimento da inflação, mas em ritmo reduzido

29/06/2008 - 10h55

Lourenço Canuto
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O recuo de 0,2% nainflação da terceira e quarta semanas do mêspassado, medida pelo Índice de Preços ao Consumidor(IPC) da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas(Fipe), da Universidade de São Paulo, revela "uma baixaimportante na escalada de alta de preços dos alimentos".A afirmação foi feita pelo coordenador do IPC, MárcioNakane, em entrevista ao programa Revista Brasil, da RádioNacional."No meio detantas más notícias no campo da inflação,essa redução é animadora", disse oeconomista. Segundo ele, a pressão sobre os preços dosalimentos está afetando significativamente os consumidores debaixa renda, que se sentem desconfortáveis, porque essa éa maior de suas despesas". Nakane acredita que o processo de recuo continueno fechamento de junho, devendo o mês ficar com taxa próximade 0,95%. O item alimentação, de forma isolada, devefechar com alta de 2,9% contra os 3,2% registrados no mêsanterior. Para Nakane, no que se refere ao item alimentação,a inflação deverá, contudo, continuar subindo,mas num ritmo menor. Ele compara essa redução a umcorredor que desacelera a marcha, o que não significa queo atleta parou de correr. O IPC da Fipe é medido com base na pesquisade preços de 90 mil itens de bens e serviços negociadosem São Paulo e consumidos por famílias que ganham de uma 20 salários mínimos por mês, explicou oeconomista. De acordo com ele, o impacto do custo da educaçãona inflação é sazonal, pois os preços têmmais influência nesses índices no começo do anoletivo, nos meses de janeiro e fevereiro, e no fim do primeirosemestre, com o reajuste de mensalidades dos cursos. No últimolevantamento, o impacto do segmento educacional na inflaçãofoi de 0,08%, ou seja, de efeito pouco relevante, afirmou Nakane.