Conselho do Mercosul discute na Argentina integração de processos produtivos

29/06/2008 - 9h43

Mylena Fiori
Enviada especial
Tucumán (Argentina) - Aintegração dos processos produtivos segue sendo um dosobjetivos dos países membros do Mercosul, de forma apotencializar a capacidade produtiva e exportadora regional,fortalecendo o bloco no mercado internacional Nesta cúpula, otema Programa de Integração Produtiva do Mercosul seráfinalmente levado ao Conselho do Mercado Comum do Sul – instânciamáxima decisória do bloco que se reúne amanhã(30) na cidade argentina de Tucumán. Oprograma contará com ações gerais, como acriação de um observatório de integraçãoprodutiva do Mercosul. Outra iniciativa prevista é asistematização de uma rede das agências queapóiam empresas no Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai,inclusive com a perspectiva de transferência de know-howentre os países. Também há previsão detreinamento de pessoal, como programas de melhoria da capacidadegerencial de pequenas e médias empresas, sobretudo no Uruguaie no Paraguai. Alémdas atividades sistêmicas, o Programa de IntegraçãoProdutiva do Mercosul prevê ações setoriais. Umprojeto piloto já vem sendo desenvolvido no setor de madeira emóveis – o foro setorial reúne cerca de 300 empresasbrasileiras, argentinas, uruguaias e paraguaias. Naprimeira etapa do processo, foi elaborado um diagnósticoprodutivo, identificando onde estão as matérias-primase as empresas produtoras e quem são os exportadores. “Apartir do diagnóstico, detecta-se o potencial de interconexãoentre as empresas. O foro de madeira e móveis é umexemplo muito exitoso”, afirma o diretor do Departamento doMercosul do Ministério das Relações Exteriores,ministro Bruno Bath. Elereconhece que, no princípio, havia uma grande resistênciados países vizinhos, especialmente do Uruguai e do Paraguai,em avançar na integração produtiva do setormoveleiro devido à maior competitividade da indústriabrasileira. “Eles tendiam a ficar na defensiva.” Havia um receiode que o Brasil dominasse a etapa final de produção,restando os vizinhos a inserção em estágios dacadeia produtiva de menor valor agregado,fornecendo madeira, porexemplo.“Com o foro demadeira e móveis foi possível mudar essa mentalidade”,disse Bath. Isso porque os empresários dos paísesvizinhos teriam percebido que a exportação é ogrande motor para o desenvolvimento industrial e que a conexãocom empresas brasileiras, nesse sentido, representa uma vantagem. Aexperiência, agora, deve ser levada a outros setoresindustriais, como autopeças e petróleo e gás. Emambos, o Brasil novamente sai ganhando em termos de competitividade.