CNTA diz que recursos recebidos de empresas são fruto de acordo coletivo

29/06/2008 - 11h19

Marco Antônio Soalheiro
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Principal entidade de representação dos trabalhadores daindústria do amianto no Brasil, a Comissão Nacionaldos Trabalhadores do Amianto (CNTA) - vinculada à Confederação Nacional dos Trabalhadores na Indústria (CNTI) - diz ter recebido com surpresa adenúncia - formalizada por uma associação deexpostos ao mineral na Organização Internacional doTrabalho (OIT) - de que seria cooptada para atender interesses dopatronato. Adireção da CNTA diz que os recursos recebidos dasempresas não são repassados diretamente a sindicatos e são fruto de uma acordo coletivo “público etransparente” assinado inclusive pelo Ministério de Minas eEnergia. “Nenhumsindicato dos trabalhadores do amianto recebe nada de empresários.O que ocorre e muita gente confunde é que entre as diversasclaúsulas do acordo coletivo, tem uma que fala que oInstituto Brasileiro do Crisotila [organização mantidapor contribuições de empresários] deveviabilizar recursos para garantir postos de trabalho de formaresponsável, segura e controlada”, afirmou à AgênciaBrasil o vice-presidente da CNTA, Adílson Santana. “Asempresas pagam salários de dirigentes sindicais porque estáprevisto no acordo, independente de gostar da gente, achar a gentebonzinho ou não. Nosso sindicato não tem recursosfinaceiros para bancar e isso ocorre também em outrossegmentos”, acrescentou. .Odirigente da comissão de trabalhadores diz ter a convicçãode que defende uma atividade que não oferece mais riscos decontaminação à mão-de-obra. E lembra que,individualmente, sindicatos de trabalhadores do amianto têmacordos benéficos com as empresas. “Temosacordos coletivos com empresa para garantir aumento de salário.Temos acordo para parar fábrica caso tiver algum problema. EmMinaçu (GO), tem até pagamento pela empresa de universidade para qualquer trabalhador que quiser fazer faculdade.Assistência médica, odontológica e curso técnicopagos pele empresa. Isso é prática anti-sindical?”,questionou Santana. Ovice-presidente da CNTA garante que a entidade está deportas abertas para ajudar algum ex-funcionário de indústriade amianto que tenha adoecido por ter atuado antes de 1980 e sinaliza que o objetivo da Abrea de proibir o uso do amianto no Brasil éestimulado por grupos econômicos que trabalham com materialalternativo. “Temoscerteza que tem [ interesses econômicos]. Quem trabalha comfibra sintética explorou muitos anos o amianto no Brasil. Háum contra-senso tremendo”, criticou Santana.