Luana Lourenço
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Mais queassumir compromissos de não comercializar soja produzida emáreas de novos desmatamentos na Amazônia, os grandescompradores do grão têm que articular ferramentas decertificação que garanta credibilidade no mercadointernacional, cada vez mais exigente com critérios ambientaisde produção. A avaliação é docoordenador da Campanha Amazônia do Greenpeace, Paulo Adário,que nesta semana participou da assinatura da prorrogaçãoda moratória da soja.
Em julhode 2006, compradores responsáveis por 94% da sojacomercializada pelo país e organizações não-governamentais se comprometeram a nãocomprar soja produzida em áreas desmatadas. O termo decompromisso assinado na última terça-feira (17) estende amoratória até julho de 2009.
“Nãobasta para a indústria dizer que ela não estácomprando, é preciso ter um sistema de rastreabilidade, queseja capaz de rastrear aquela soja que foi plantada na áreadesmatada, saber para onde ela vai, para impedir que essas empresasque assinaram a moratória comprem. E é preciso ter umsistema de certificação para que ela possa provar quenão comprou soja de desmatamento”, argumentou.
SegundoAdário, grandes importadores europeus de soja, entre elesgrupos como McDonalds, Carrefour e Wal Mart elogiaram a renovaçãodo compromisso, mas defenderam garantias de maior governançapara o mercado de soja. “Eles dizem muito claramente que a indústriaeuropéia acredita que a moratória só pode acabarquando todos os passos para a comprovação da legalidadeda cadeia de produção da soja tenham sido dados”.
Naavaliação do representante do Greenpeace, a proposta doministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, de estender a experiênciada moratória da soja para madeireiras, siderúrgicas egrandes frigoríficos situados no bioma amazônico “émuito boa” mas deverá enfrentar dificuldades logísticas.
“No caso da soja, são poucos os grandes compradores, émais fácil monitorar a comercialização. Emrelação à pecuária, por exemplo, émais complicado porque existem milhares, talvez milhões defazendeiros, além da questão cultural, é umsetor de pouca sofisticação do ponto de vistaindustrial, se comparado com o da soja”, avaliou.