Thais Leitão
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - A Região Sudeste ainda é a responsável pela maior parte das obras executadas no país, mas a sua participação no setor vem recuando nos últimos dez anos. Em 1996, a região respondia por 66,2% do valor total das construções realizadas pelas empresas com 40 ou mais pessoas ocupadas.Em 2006, essa participação havia caído para 56,3%. O mesmo movimento foi verificado no número de pessoas ocupadas. Em 2006, o Sudeste concentrava 54% das pessoas ocupadas no setor, menos do que dez anos antes (59,5%).Os dados fazem parte da Pesquisa Anual da Indústria da Construção (Paic), divulgada hoje (18) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que traça uma radiografia do setor em 2006. O levantamento aponta que o movimento de queda na participação do Sudeste na indústria de construção também é observado entre as grandes empresas (com pelo menos 250 empregados). Em 1996, a região tinha uma participação de 63,1% das pessoas ocupadas, passando para 57,6% em 2006. Além disso, as grandes companhias do Sudeste executaram 66,7% das construções em 1996 e 59,3% dez anos depois.Por outro lado, a Região Norte aumentou sua participação no valor total das construções efetuadas, passando de 3,2% para 7,5% no mesmo período. No Nordeste, essa participação pulou de 12,9%, em 1996, para 15,1%, em 2006; no Centro-Oeste, variou de 6,8% para 9,4%; e no Sul, passou de 10,8% para 11,8%. De acordo com a pesquisa, esse redirecionamento das atividades das empresas de construção pode ser explicado por fatores como expansão da fronteira agrícola nas Regiões Centro-Oeste e Norte, gerando aumento de atividades agroindustriais e do fluxo migratório de trabalhadores, e instalação de novas indústrias e redes varejistas na Região Nordeste, atraídas por custos mais baixos, principalmente de mão-de-obra, e por incentivos fiscais concedidos por governos estaduais.