Marco Antônio Soalheiro
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Jáestão na Europa dois representantes do Conselho Indígenade Roraima (CIR) para cumprir uma série de audiências emseis países em busca de apoio à manutençãoda demarcação da Terra Indígena Raposa Serra doSol em área contínua, questionada na Justiça. Aviagem, confirmada à Agência Brasil pelocoordenador-geral do CIR, Dionito José de Souza, é bancada coma ajuda de organizações não-governamentais(ONGs) definidas por ele como “parceiros da Europa”. Noroteiro, estão encontros com governantes, parlamentares erepresentantes de ONGs. Dionito nega que o objetivo seja obterrecursos financeiros. Diz , porém, não saber claramente de que forma os estrangeiros podem ajudar. “Queremos dizer quesomos pessoas, gente que procura os seus direitos, para que o mundodê reconhecimento total aos povos indígenas. O quepuderem fazer de bom para nós será bem-vindo”,afirmou o coordenador. Osenviados à Europa foram o makuxi Jacir de Souza, tambémcoordenador do CIR, e a wapichana Pierlangela da Cunha,professora indígena. Até o dia 8 de julho, dataprevista para o retorno, eles devem passar por Espanha, Itália,França , Inglaterra, Portugal e Bélgica. A viagem está inserida na campanha Nossa Terra, Nossa Mãe, de entidades indígenas e outras organizações. Dionitorejeita a tese de que a viagem reforça os argumentos dosarrozeiros de que parte dos índios de Roraima émanipulada por interesses internacionais. “Isso é umpensamento bobo. Se fosse assim, o tio Lula [presidente da República]não sairia para viagens internacionais, com grandes reuniõesem Genebra, na Áustria, na África. Os indígenastambém têm direito. Só porque o Ronaldinho[atleta de futebol] joga na Europa, ele quer internacionalizar opaís?“, argumentou. OSupremo Tribunal Federal (STF) deve julgar no início de agostoas ações que contestam a demarcação daRaposa Serra do Sol em área contínua. Segundo orelator, ministro Carlos Ayres Britto, a Corte vai buscar umadecisão pautada em critérios “ rigorosamenteobjetivos”. Damesma forma que em entrevistas concedidas anteriormente, o dirigentedo CIR sinalizou que os índios não vão seconformar com uma eventual decisão do STF pela permanênciados arrozeiros e não- índios na Raposa Serra do Sol.“Aceitar seja ela [a decisão] qual for não. Temos umplano de Raposa Serra do Sol em área contínua e isso jáfoi reconhecido, conversado com o governo federal e a Funai [FundaçãoNacional do Índio]. Se existe lei, tem que vir por esse ladoaí”, disse Dionito