Pressão política não adiou divulgação de dados sobre desmatamento, garante Capobianco

27/05/2008 - 18h55

Mylena Fiori
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O ministro interino do Meio Ambiente, João Paulo Capobianco, nega que o adiamento da divulgação dos dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) sobre desmatamento na Amazônia Legal no mês de abril se deva a pressões políticas. Segundo ele, o governo federal apenas quer que os números sejam anunciados pelo novo ministro, Carlos Minc, quetomou posse hoje (27)."Os dados sempre foram disponibilizados. O que ocorreu agora foi uma transição. O ministro Carlos Minc assume a partir de hoje e era natural que o Inpe, assim como fez com a ministra Marina Silva e os ministros anteriores, dê oportunidade ao ministro de participar do anúncio dos dados, interpretando corretamente e informando à sociedade", justificouCapobianco, antes da cerimônia de posse de Carlos Minc, no Palácio do Planalto.A expectativa era de que os dados fossem divulgados ontem (26). Apesar do atraso, Capobianco confirma que as estatísticas apontam para um preocupante crescimento do desmatamento. "Tanto é preocupante que já em dezembro o Presidente da República assinou quatro decretos, sendo um deles extremamente rigoroso, condicionando o crédito agrícola e pecuário na Amazônia, obrigando a checagem da adimplência ambiental", lembrou. "Que os números são preocupantes já foi informado há um bom tempo e os dados recentes só confirmam essa preocupação", reiterou.Capobianco disse ser normal a preocupação internacional com o aumento do desmatamento, mas reafirmou a soberania brasileira sobre a Amazônia. "Não há dúvidas de que o Brasil é o responsável pela região. Temos que ver as preocupações como um sentimento internacional de cooperação", afirmou, frisando que tal cooperação interessa ao Brasil.