Senadora nega acordo para encerrar CPI dos cartões e diz que terça-feira vota acareação

25/05/2008 - 14h56

Marcos Chagas
Repórter da Agência Brasil
Brasília - A presidente daComissão Parlamentar Mista de Inquérito dos CartõesCorporativos, senadora Marisa Serrano (PSDB-MS), negou que exista umacordo entre o PSDB e a base governista para encerrar os trabalhos dacomissão. "Não foifeito qualquer acordo, pelo menos que eu tenha participado. Otrabalho vai continuar. Eu preciso saber quantas assinaturas osdeputados já têm para prorrogar os trabalhos [que seencerra no dia 8 de junho]. São necessárias 171assinaturas na Câmara e 27 no Senado", afirmou MarisaSerrano.A senadora informou quenesta terça-feira (27) além de colocar em votaçãoo requerimento com pedido de acareação entre oex-secretário de Controle Interno da Casa Civil da Presidênciada República José Aparecido Nunes com AndréFernandes, assessor do senador Álvaro Dias (PSDB-PR), vaipedir a convocação da diretora de Recursos Logísticosda Casa Civil, Maria de la Soledad Castrilho; do secretário deAdministração, Norberto Temóteo; e docoordenador-geral de Execução Orçamentáriae Financeira, Jairo Simão de Melo.De acordo com asenadora, sobre os três funcionários da Presidênciada República pesaria a suspeita de participaçãona elaboração do banco de dados sobre os gastos doex-presidente Fernando Henrique Cardoso com cartõescorporativos e fundos de provimento. A senadora lembrou queo secretário de Administração foi citado porJosé Aparecido no depoimento à CPMI como o responsávelpela elaboração do banco de dados.Já a convocaçãode Jairo Simão deve-se, de acordo com Marisa Serrano, ao fatode ele ter sido citado por Aparecido como um dos presentes no almoço,no Clube Naval de Brasília, com o assessor de ÁlvaroDias. Segundo AndréFernandes, neste almoço, José Aparecido teria admitidoque a determinação para que o banco de dados fosseelaborado teria partido de Erenice Guerra, secretária-executivada Casa Civil.A presidente da CPMIrebateu acusações de que teria encerrado encerrado asessão da última quarta-feira (21), que votaria orequerimento para acareação do ex-secretário daCasa Civil e do assessor do Senado, para não votar orequerimento. "Esperei pelossenhores deputados e senadores por 55 minutos [para abrir asessão], quando o normal é aguardar entre 20 e 30minutos, para então suspender a sessão. Ovice-presidente da comissão [deputado Marcelo Melo] meavisou que não teria quórum, não era umasituação de que eu não quisesse votar".A presidente da CPMIinformou que pretende conversar ainda no início desta semanacom o delegado da Polícia Federal Sérgio Menezes,responsável pelo inquérito que investiga a autoria dovazamento de informações do banco de dados daPresidência da República, bem como de quem partiu aordem para a consolidação destas informações."Tenho ainformação de que a Polícia Federal vai entregaro seu relatório final no dia 7 de junho. Os trabalhos da CPMIse encerram no dia 8. Quero saber do delegado Sérgio Menezesse existe a possibilidade de termos acesso ao que já foiinvestigado para que possamos orientar nosso trabalho", disse asenadora.