Pedro Ivo de Oliveira
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) divulgou esta semana um estudo que demonstra a relevância dos chamados insumos escolares (computadores, material didático, qualidade dos professores, qualidade de infra-estrutura, quantidade de alunos por sala) nos resultados da educação brasileira. Segundo a pesquisa O Impacto da Infra-Estrutura Escolar sobre a Taxa de Distorção Idade-Série das Escolas Brasileiras de Ensino Fundamental - 1998 a 2005, um investimento básico em insumos escolares aumentaria gradativamente a qualidade de ensino em escolas municipais, estaduais e federais.“Nossa indagação, quando fizemos o estudo, era se os alunos de uma escola que não possui sequer luz elétrica teriam o mesmo desempenho de alunos em uma escola com infra-estrutura básica, como computadores. O resultado é que o investimento básico em insumos escolares faz, sim, muita diferença”, afirma o autor da pesquisa, Sergei Soares.O estudo aponta que a principal deficiência no ensino brasileiro está nas escolas rurais municipais do Nordeste, e que as condições precárias de ensino somadas à falta de infra-estrutura básica, como conhecimento técnico dos professores, banheiros ou energia elétrica, contribuem para o resultado negativo.Sobre o período em que os alunos vão à escola, Sergei alerta que o tempo de permanência é um fator significativo para o bom desempenho dos alunos. “As escolas brasileiras têm poucas horas de aula. Algumas adotam apenas 3 horas diárias. As horas de permanência em sala de aula são muito importantes para o aprendizado”, afirma.