Agência Brasil
Brasília - Mudar a cultura dohomem sobre a medicina preventiva éo grande desafio da Política Nacional de Promoçãoe Atenção à Saúde do Homem, que serálançada em agosto. De acordo como o diretor de QualidadeExistencial da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), EmílioCezar Zilli, os homens brasileiros acreditam que têm toda aforça e poder para escapar das doenças degenerativasque chegam com a idade.O comodismo, a vergonha eaté o medo de descobrir alguma doença faz com que nãofreqüentem os ambulatórios de atendimentos como as mulheres.Dados do Ministério da Saúde mostram que em 2007, as mulheres se submeteram a cerca de 17 milhões de consultas preventivas, enquanto 2,7 milhões de homens procuram os médicospara exames regulares. Segundo o diretor daSBC, a cultura dos homens brasileiros de procurar o médicosomente quando estão doentes faz com que cerca de 40% dasmortes sejam ocasionadas por doenças cardiovasculares. Ele alerta que, para aumentar o número de atendimentos a homens nos ambulatórios, é preciso maisinvestimento no setor. “Muitos homens tambémnão têm muitas chances de procurar um médico porfalta de tempo, por falta de um serviço médico adequado[próximo a] ele e por não ter condições financeiras e estímulo para procurar omédico”.Segundo o coordenadorda Área Técnica da Saúde do Homem do Ministérioda Saúde, Ricardo Cavalcanti, a Política Nacional dePromoção e Atenção à Saúdedo Homem vai atender o público na faixa de 25 a59 anos. “Nosso alvo são quase 40 milhões de homens nopaís, praticamente toda a nossa força produtiva”, disse.Para ajudar naconstrução da política o ministério está realizando seminários com psiquiatras, urologistas, cardiologistas,pneumologistas e gastroenterologistas, para identificar as medidas que podem ser tomadas paraauxiliar no programa.Cavalcanti disse que,até o momento, o governo vai investir R$ 196 milhões em ações que levem o atendimento ao paíse em programas educativos para fazer com que o homem procure o médicocom mais freqüência. Está prevista também adistribuição de 26 milhões de cartilhas sobreprevenção, diagnóstico e tratamentos de doençase promoção à saúde do homem.