Lourenço Canuto
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O piso salarial damaioria das categorias que recebem baixa remuneração seaproxima cada vez mais do valor do salário mínimo,segundo balanço divulgado pelo Departamento Intersindical deEstatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). O estudo destaca queapesar do salário mínimo ter dado ganho real de 19% aostrabalhadores dessa faixa, entre 2005 e 2007, com base no ÍndiceNacional de Preços ao Consumidor (INPC/IBGE), as negociaçõesde pisos não vêm sendo feitas na mesma porcentagem.Entre os 169 pisos salariais negociados no ano passado naindústria, segundo o Dieese, 55% oscilaram entre um a 1,25salário mínimo. Ficaram também nessa faixa 67%de 68 negociações na área do comércio;49% de 102 pisos fixados na área de serviços e 89% de25 pisos fixados na área rural. Ficaram com pisossalariais entre 1,51 salário mínimo a 1,75 saláriomínimo 13% de 40 pisos firmados na indústria; 6% deseis pisos fixados para o comércio; 10% de 21 pisos na áreade serviços, não tendo sido fixados pisos nessa faixano setor rural. Entre os pisos de mais de dois saláriosmínimos, 4,5% foram fixados em 14 acordos feitos na indústria;9% de nove pisos no comércio; 14% de 30 negociaçõesna área de serviços, não tendo sido fixadonenhum piso acima de dois salários mínimos em 2007 nosetor rural. O órgão destaca no estudo que agarantia de um valor mínimo "proporcional àextensão e complexidade do trabalho" está previstana Constituição Federal como direito dos trabalhadoresurbanos e rurais". Leva em conta ainda quea fixação de pisos acima do salário mínimonacional "contribui para a elevação da massasalarial, apesar de não acompanharem o mesmo índiceconcedido ao salário mínimo". Outro fatorapontado pelo Dieese é que a fixação de pisosmínimos favorece as faixas salariais imediatamentesubseqüentes e inibem demissões pelos patrões sobpretexto de reduzir custos, reduzindo a rotatividade dostrabalhadores.