Da Agência Brasil
Brasília - O delegado responsávelpor crimes de pedofilia na Divisão de Direitos Humanos daPolícia Federal, Felipe Seixas, alerta que a internetajuda no aumento dos casos de pedofilia. “A internetcoloca o mundo à disposição das crianças.É importante que os pais tenham um certo controle sobre essaferramenta, que é importante para o aprendizado, mas acabasendo uma forma para que as coisas erradas se tornem mais acessíveisàs crianças”, disse. A PolíciaFederal, segundo o delegado, tem feito um acompanhamento,especialmente no que tange a pornografia infanto-juvenil na internet,onde há casos inclusive de aliciamento de crianças. “O perfil do pedófiloque usa a internet é de um homem mais velho, quegeralmente já não se satisfaz com a pornografia adultaconvencional e passa a procurar outras formas de se satisfazersexualmente. Muitas vezes são homens solteiros ou divorciados,e que normalmente vivem em um certo isolamento”, explicou.De acordo com Seixas,muitas vezes a polícia consegue chegar ao crime, mas nãoconsegue provar a autoria. “A internet é um meio quedeixa rastro, mas ainda assim a nossa legislação estámuito defasada. É preciso que os rastros sejam armazenadospelas operadoras de internet. Muitas vezes a gente conseguechegar ao crime, mas não consegue provar a autoria porque oprovedor de internet não guarda esses rastros que ocriminoso deixou”, disse.Em março de 2008foi instalada no Senado a Comissão Parlamentar de Inquérito(CPI) da Pedofilia, e, segundo Seixas, a Polícia Federal estácolaborando com a comissão para conseguir ferramentasindispensáveis para a investigação dos crimes. “Primeiro épreciso ter uma legislação adequada, depois a genteprecisa de uma polícia estruturada e pessoal capacitado, queconheça o funcionamento da internet, os termostécnicos, e que saibam fazer uma investigaçãovirtual. Com isso e com a colaboração da sociedade, queprecisa denunciar e confiar nas instituições pararesolver esses problemas, a gente consegue reduzir bastante aincidência do crime de pedofilia na internet”, afirma o delegado.