Reitor não se surpreende com nota baixa obtida por curso de medicina do Amazonas no Enade

02/05/2008 - 0h33

Da Agência Brasil

Brasília - Um dos principais motivos para o curso de medicina da Universidade Federal do Amazonas(Ufam) estar entre os piores do Brasil é o seu projetopedagógico, disse hoje (2) o reitor da instituição,Hidebergue Frota."Acredito que seja necessáriofazer uma profunda alteração e atualização no projeto pedagógico do curso", afirmou o reitor, em entrevista à Agência Brasil, ao comentar o resultado do ExameNacional de Desempenho dos Estudantes (Enade). Ele reconheceu que o resultado do Enade, que deu nota baixa à faculdade de mdicina da Ufam, já era esperado.Na últimaterça-feira (29), o Ministério da Educação(MEC) divulgou a lista de 17 cursos de medicina que serãosupervisionados por causa de baixos conceitos obtidos no Enade.Segundo Frota, acausa do baixo conceito foi a desatualização do projetopedagógico do curso de medicina. “É um projeto de1985. É necessário que a comunidade acadêmica dafaculdade de medicina - todos os professores, alunos e técnicos- se debruce sobre esse tema.”Há algum tempo, estásendo discutido um novo projeto pedagógico para o curso. Noentanto, o reitor disse que nenhuma proposta nova foi apresentadaporque se trata de “um projeto coletivo que exige muita discussão,devido à atualização de disciplinas einfra-estrutura.”Os cursos que tiveram notas baixas sãoobrigados a fazer um diagnóstico que aponte os problemas e aspossíveis soluções. De acordo com Frota, orelatório da Ufam será feito com a ajuda de outrasinstituições.“Vamos convidarprofessores de outras universidades, do Sul, Sudeste e do Nordeste,para contribuir nesse diagnóstico. Apresentaremos ao MEC quaissão as dificuldades que o curso de medicina está enfrentando, além do projeto pedagógico”, adiantou Frota.O curso de medicina éo mais concorrido da Universidade Federal do Amazonas. Sãoaproximadamente 650 alunos e a cada ano 112 pessoas ingressam nocurso. Dos 175 cursos de medicina existentes no Brasil, 103 foramavaliados e 17 ficaram com os conceitos 1 ou 2, o que exigesupervisão.Na lista divulgada peloMinistério de Educação, os cursos de medicinadas Universidades Federais do Pará, de Alagoas e da Bahiatambém tiveram notas baixas.