Jovens de comunidades de baixa renda recebem capacitação em artesanato

02/05/2008 - 6h48

Thaís Leitão
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - Cerca de 250 jovens com idade entre 16 e 24 anos, moradores de cinco comunidades de baixa renda da zona oeste do Rio de Janeiro, estão sendo capacitados em atividades ligadas ao artesanato e em empreendedorismo. Segundo a coordenadora do projeto Empreendedores do Futuro, Margareth Barros, as comunidades atendidas foram escolhidas por estar em uma região que apresenta o maior índice de favelização da cidade. A iniciativa é da organização não- governamental Instituto Brasil Social e da Petrobras."Essa área concentra 262 favelas de um total de pouco mais de 500. Por isso, nosso objetivo é oferecer a esses jovens, além das técnicas de artesanato, a possibilidade de eles lucrarem com a confecção das peças. E o que temos visto é que os alunos se tornam replicadores do que aprendem e, em alguns casos, eles ensinam outros membros da família e se associam para aumentar sua renda", afirmou. Margareth Barros acredita que o empreendedorismo é capaz de ajudar a afastar esse público da ociosidade e do envolvimento com o tráfico de drogas.Cada turma leva, em média, um semestre para concluir as oficinas profissionalizantes que envolvem biscuit, cerâmica plástica e bijuteria, entre outras. Durante as aulas, os jovens também recebem noções de cidadania e de comportamento social. Ao todo, o projeto, que teve início no ano passado, já formou 500 alunos. Margareth estima que pelo menos 30% deles estejam trabalhando com a atividade. Fabíola de Oliveira, de 20 anos, moradora da comunidade de Antares, no bairro de Santa Cruz, diz que resolveu participar das aulas porque teve dificuldade de encontram um emprego formal. Ela, que é aluna da oficina de bijuterias e de cerâmica plástica, está ansiosa para colocar em prática as técnicas que aprendeu e elevar os rendimentos da família."Quem mora em comunidades carentes tem dificuldade de conseguir emprego, por isso ter essa chance de ganhar algum dinheiro com independência, a partir de uma trabalho que eu posso fazer em qualquer horário, é muito bom. E o artesanato tem conquistado cada vez mais pessoas", afirmou a jovem, que deve se formar neste mês.