Trabalhadores sem terra mantêm ocupação em oito praças de pedágio no Paraná

17/04/2008 - 15h55

Lúcia Nórcio
Repórter da Agência Brasil
Curitiba - Cerca de dois mil trabalhadores rurais participamhoje (17), no Paraná, de atos de protesto para lembrar os 12anos do Massacre de Eldorado dos Carajás, no Pará, emque 19 trabalhadores foram mortos pela Polícia Militar doestado. No início da manhã, os trabalhadores ocuparam11 das 27 praças de pedágio existentes no Paraná.Oito permanecem ocupadas.A informação é da regionalparanaense da Associação Brasileira de Concessionáriasde Rodovias (ABCR-PR). De acordo com a associação, emcada praça de pedágio, os manifestantes erguem ascancelas e permitem a passagem dos usuários, que trafegam sempagar as tarifas. A ABCR está orientando os funcionáriosa deixar as cabines para evitar confrontos e pedindo aosmanifestantes que sinalizem aos motoristas para baixar a velocidade,como forma de evitar acidentes. As concessionárias informaram que jáestão recorrendo à Justiça em busca de medidasque garantam a reintegração de posse.Permanecem ocupadas uma praça daconcessionária Evovia , na BR- 277, que liga Curitiba aolitoral; duas da Viapar (Campo Mourão e Mandaguari ); duas daRodonorte (São Luiz do Purunã e Ortigueira); uma daCaminhos do Paraná (praça de Prudentópolis, naBR – 277, e duas praças da Rodovias das Cataratas (SãoMiguel do Iguaçu e Laranjeiras). De manhã, no município deOrtigueiras, nos Campos Gerais, o Movimento dos Trabalhadores RuraisSem Terra (MST) reuniu cerca de 700 integrantes num ato ecumênicopara protestar contra a “existência de milíciasarmadas no estado”. Segundo Celso Barbosa, da coordenaçãodo movimento, as homenagens de hoje foram para os paranaenses “EliDallemole e Valmir Mota de Oliveira (Keno), assassinados pelatruculência das milícias armadas e também paracada um dos mortos de Carajás”.Elli Dallemole, um dos líderes do MST no Paraná, foi morto em março deste ano, dentro de casa, no Assentamento Libertação Camponesea, e Valmir Mota de Oliveira, em outubro do ano passado, em conflito com seguranças da multinacional Syngenta, em Santa Tereza do Oeste.Celso Barbosa informou que, como parte do protesto, um caixão foi colocado emfrente ao fórum de Ortigueiras, “para que os mártiresque tombaram na luta pela terra sejam lembrados pela Justiça”.