Stephanes anuncia plano para aumentar em 25% produção de trigo

17/04/2008 - 15h23

Danilo Macedo
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Reinhold Stephanes, anunciou hoje (17) a implementação do Plano Nacional de Trigo, cuja principal meta será aumentar em 25% a produção de trigo, já a partir da safra 2008-2009.Esse crescimento, segundo ele, representará uma produção de 4,75 milhões de toneladas de trigo, que corresponde a 47% da demanda brasileira do produto.Para atingir esse objetivo, o ministro Stephanes anunciou a criação de uma linha especial de crédito, com taxas de juros de 6,75% ao ano e a garantia de liberação de R$ 1,2 bilhão do crédito rural para os produtores, com financiamentos de até R$ 400 mil por produtor.O novo plano, segundo o ministro, visa garantir o abastecimento internoe manter os preços no patamar atual. “Ou seja, evitar quetenhamos mais um impacto no preço do pão ou dosprodutos derivados do trigo”, acrescentou Stephanes. Ontem, oministro já tinha adiantado informaçõese sobre a intenção dogoverno de lançar um programa de incentivos para que o Brasilaumentasse a produção de trigo."Diferentedas culturas de verão, não há concorrênciaentre as culturas de inverno", afirmou o ministro, "o que é umincentivo para o agricultor que for plantar trigo". Ele ressaltou que o maior estímulo são os preços demercado. Em abril de 2007, a tonelada do trigo no mercado interno eracomercializada em torno de R$ 490. Hoje, esse valor chega a R$ 780,um aumento de quase 60% em um ano.“Nãovamos crescer mais porque não temos sementes suficientes paraisso. Temos área, mas falta estrutura de sementes”, comentouo ministro, em referência à meta de 25% para a próximasafra, considerada  boa. "Se os preçosdo produto se mantiverem elevados e o plano der certo, espera-se umaumento de cerca de 10% para as safras seguintes", completou.Segundoo coordenador-geral de cereais e culturas anuais do Ministérioda Agricultura, Sílvio Farnese, o custo de produçãodo trigo no Brasil está próximo aos R$ 490, mesmo preço da comercialização do produto há um ano. Por isso, se produziu menos de 40% do que é consumido no país, porque o preço não valia a pena.Com a elevação do preço, o rendimento de quemplanta o produto aumenta e, com isso, a área plantada também, avalia o técnico do Ministério.