Ministro cobra participação da mídia na luta contra a violência familiar

17/04/2008 - 14h30

Hugo Costa
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Os casos de violênciafamiliar deveriam ter cobertura jornalística diferenciada,defende o ministro da Secretaria Especial dos Direitos Humanos, PauloVannuchi. Ele comentou hoje (17) a ocorrência de casosenvolvendo a agressão de crianças por seus responsáveisem Minas Gerais e no Paraná.“Lamento realmenteesses casos dramáticos. Volto a convocar o papel de parceriaque cabe aos Poderes Judiciário e Legislativo e, sobretudo, àmídia e ao sistema de educação na construçãode uma nova consciência que o Brasil ainda não atingiude respeito à vida e à diversidade.”O ministro comentouainda a repercussão da morte de Isabella Nardoni. A menina de cinco anos teria sido atirada do sextoandar de um prédio em São Paulo no dia29 de março. Sob investigaçãoda polícia, o pai e a madrasta da criança chegaram aser detidos temporariamente.“É lamentávelque nas toneladas de [material de] imprensa que se publicou sobre ocaso, não se tenha o cuidado de sempre garantir pelo menos umterço do noticiário para especialistas e professoras.Pessoas que aproveitassem ali o momento do leitor, atraídopelo questão de Isabella e tantas outras parecidas no Brasilinteiro, para reforçar a idéia do amor fraternal ematernal.”Ainda sobre os casosdestacados pela imprensa, Vannuchi opina que o momento éapropriado para combater a violência doméstica. “Éindispensável que venha junto da imprensa um trabalhoeducativo que mostre por meio de especialistas, psicólogos,médicos e pais, a importância de que jamais se recorra aqualquer tipo de violência contra os filhos.”As declaraçõesde Paulo Vannuchi foram feitas pela manhã durante entrevista aemissoras de rádio, no estúdio da EmpresaBrasil de Comunicação (EBC), emBrasília.Após a participação, o ministrofalou sobre relatório divulgado ontem (16) pela AnistiaInternacional que aponta negligências das autoridades em relação a direitos damulher. Vannuchi admitiu a dívida social com as brasileiras, mas parabenizou oestudo por reconhecer avanços como a criação daLei Maria da Penha, que tornou mais rígidos osprocedimentos para penalizar os agressores de mulheres.