Especialistas desaconselham educação a distância na formação inicial do professor

17/04/2008 - 14h57

Amanda Cieglinski
Repórter da Agência Brasil
Brasília - A educação à distância deve ser usada como ferramenta de formação continuada de professores, mas não como formação inicial. A afirmação foi feita hoje (17) pela vice-presidente da Internacional da Educação, professora Juçara Maria Vieira, na 1ª Conferência Nacional da Educação Básica (Coneb). “Não há preconceito com a educação a distância. Como formação continuada, é uma ferramenta excelente, mas a formação inicial do professor precisa ser humanizada – você não vê outras profissões ditas de maior prestígio, como medicina, direito e engenharia, com cursos de graduação a distância”, afirmou JuçaraO tema foi também exposto em um dos oito colóquios da manhã de hoje. A coordenadora do Laboratório de Estudos sobre Tecnologias da Informação na Educação da Universidade Federal do Mato Grosso, Kátia Mosorov, uma das expositoras, defendeu a integração entre a formação presencial e a não-presencial.“Os programas de educação a distância precisam garantir, necessariamente, também recursos humanos capacitados, bibliotecas, laboratórios e outros materiais, além de encontros presenciais voltados para a prática pedagógica, e não para a avaliação”, disse a professora. Para Mônica Gardelli, especialista em educação a distância da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), se o documento-base da Coneb prevê o uso da metodologia de formação a distância para aperfeiçoamento, é necessário que o estudante tenha contato com as plataformas virtuais ainda na graduação. Mônica ressaltou, porém, que a educação a distância não pode ser desconsiderada em nenhum momento da educação do professor. “Ela é bem-vinda, desde que não seja na formação inicial, mas o futuro professor precisa ser preparado já no começo. É preciso haver etapas que incluam a experiência da metodologia a distância durante a graduação”, afirmou.