Mariana Jungmann
Repórter da Agência Brasil
Brasília - A ComissãoParlamentar de Inquérito (CPI) da Pedofilia, instalada noSenado para apurar abusos sexuais contra crianças na internet,deve ser prorrogada por mais quatro meses. “Vamos ter queprorrogar. Só quatro meses não vão sersuficientes para apurarmos tudo”, disse hoje (8) o presidente daCPI, senador Magno Malta (PR-ES). A CPI foi criada emmarço, com previsão de 120 dias de trabalho,prorrogáveis pelo mesmo período.Ao participar hoje de audiência públicada CPI, o coordenador do Comitê Gestor da Internet no Brasil,Augusto Gadelha, sugeriu a criação de grupospermanentes de trabalho dentro do comitê para discutir e tentarcontrolar a pedofilia. O comitê cuida dos 1,2 milhão dedomínios (páginas) com final .br e recebe R$ 30por ano pelo registro desses sites. Gadelha mostrou aos senadores como funciona e oque pode fazer o comitê, como banir uma página comconteúdo pornográfico. Entretanto, Gadelha definiu amedida como inócua – já que o dono da páginapode criá-la novamente em outro domínio. “A internetfoi criada exatamente para ser um meio de comunicaçãolivre, resistente a ataques e a tentativas de quebra da comunicaçãoentre os indivíduos.” Segundo Gadelha, falta legislaçãosobre o assunto e o comitê gestor não pode obrigarprovedores a armazenar provas de crimes cometidos por pedófilos.“O que foi colocado é que nós temos que combater ofeitor do crime, e nãoa estrutura de comunicação que hoje estádisponibilizada”, disse Gadelha. Para ele, é preciso cautelana criação de leis sobre o assunto, para que nãose prejudique a liberdade de expressão dentro da rede. Amanhã (9) a CPI deve receber o presidentedo Google no Brasil, Alexandre Hohagen. A empresa é dona doOrkut – site de relacionamentos que abriga 90% das páginasdenunciadas por pedofilia.