Pais devem ficar atentos aos sinais de violência sexual, alerta psicóloga

06/04/2008 - 15h37

Elaine Patricia Cruz
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - Os pais devem ficar atentos às tentativas de uma criança de relatar que foivítima de violência ou de abuso sexual. Segundo a psicóloga Daniela Pedroso, doServiço de Violência Sexual do Hospital Pérola Byington, em São Paulo, criançasnão inventam ou fantasiam histórias de que foram vítimas de violência sexual. “Sea criança está contando, é porque alguma coisa aconteceu”, disse.De acordo com ela, as crianças ou adolescentes podem ter dificuldades emcontar que foram vítimas de violência ou abuso sexual, principalmente porquenão conseguem perceber “que aquilo que está ocorrendo (com ela) é errado”. Apsicóloga explica que como o agressor é, em geral, alguém muito próximo da vítimae que pode ter a função de protegê-la, a criança tem dificuldade em perceberque a violência é um comportamento errado.Por isso, os pais devem ficar atentos a outras tentativas de seus filhos derelatar que podem estar sofrendo abuso ou violência sexual. Segundo Pedroso,mudanças bruscas no comportamento, dificuldades injustificáveis na escola, medode ficar sozinho, comportamento sexual exacerbado e até comportamentosregressivos como voltar a fazer xixi na cama podem ser indicativos de que a criança é vítimade violência sexual.“Esses sinais não são específicos de abuso sexual. Mas são sinais de quealguma coisa não vai bem na vida da criança”, explicou o médico ginecologistaJéferson Drezett.Segundo a psicóloga Daniela Pedroso, identificada a violência, a criançadeve ser levada para um serviço de saúde o mais rápido possível, mesmo semboletim de ocorrência. O próprio serviço de saúde deve fornecer a ela, além dotratamento médico adequado, um tratamento psicológico.“Se a gente cuidar dela a tempo, conseguimos minimizar esses danos ediminuir esses traumas. Talvez ela nunca esqueça o que aconteceu, masconseguirá significar aquilo de maneira diferente para que isso deixe deincomodá-la tanto”, defende.