Sindicalistas negam possibilidade de "farra" com dinheiro de contribuição obrigatória

02/04/2008 - 18h44

Carolina Pimentel
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Ao comentar o veto do presidente Luiz Inácio Lula da Silva que liberou as centrais sindicais de prestar contas ao Tribunal de Contas da União (TCU), representantes dos sindicatos negaram a possibilidade de haver "uma farra" com o dinheiro da contribuição sindical obrigatória (correspondente a um dia de trabalho por ano descontado na folha de pagamento). De acordo com os sindicalistas, as entidades têm meios próprios para fiscalizar a aplicação do dinheiro. O presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Artur Henrique, por exemplo, disse que a central apresenta anualmente balancetes aos sindicatos filiados. Segundo ele, qualquer um pode denunciar ao Ministério Público o mau uso do imposto sindical. “Qualquer brasileiro, seja trabalhador ou empresário, pode solicitar ao Ministério Público identificação, averiguação e prisão de eventuais pessoas que malversarem o dinheiro dos trabalhadores”, afirmou Artur. Os sindicalistas argumentam que uma possível fiscalização do TCU poderia significar uma interferência do governo no movimento sindical. “Qualquer interferência de órgão público em sindicato é só em ditadura. Brasil não é ditadura. Nós, do movimento sindical, jamais iríamos aceitar que um órgão público fiscalizasse os sindicatos. É uma interferência indesejada do governo em cima dos trabalhadores”, afirmou o presidente da Força Sindical, deputado Paulinho da Força (PDT-SP). Ele disse que a Força usará os recursos do imposto para capacitação profissional e também dos dirigentes. Os sindicalistas estão reunidos no Palácio do Planalto com o presidente Lula, que sancionou o projeto que regulariza as centrais sindicais. Ao sancionar o projeto, Lula vetou o artigo que exigia que as centrais prestassem contas ao TCU sobre a contribuição sindical obrigatória.